Clenia de Jesus Pereira dos Santos e Larissa Maria dos Santos Baia


A ESCOLA E A VALORIZAÇÃO DA MEMÓRIA DOS POVOS AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS


Na educação, sobretudo nas escolas, o debate sobre a promoção da igualdade das relações étnico-raciais ganhou intensidade a partir de janeiro de 2003, quando foi sancionada a Lei nº 10.639/2003 como Política Pública de Educação. A referida Lei surgiu em resposta às reivindicações dos Movimentos Negros Organizados, que há muito tempo têm se empenhado em prol de ações concretas contra o racismo, o preconceito e as discriminações raciais na sociedade de forma geral e na educação de modo específico [Souza; Croso, 2007].

A Lei em tela alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 9.394/1996 nos artigos 26 e 79, que passou a vigorar acrescida dos artigos: 26A e 79B. O artigo 26A torna obrigatório o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Escola e o 79B inclui, no calendário escolar, o Dia 20 de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra, data em que o Movimento Negro celebra Aniversário de Morte de Zumbi dos Palmares [Brasil, 2003].

Para Souza e Croso [2007, p. 18], “Com a Lei nº 10.639/2003, a escola aparece como locus privilegiado para agenciar alterações nessa realidade, e é dela a responsabilidade de acolher, conhecer, e valorizar outros vínculos históricos e culturais [...]”. Para o referido autor, a escola é um espaço privilegiado para essas discussões, porém o que se “assiste hoje, é uma forte inadequação da escola para fazer face às demandas da sociedade diante das rápidas convulsões sociais, a escola precisa abandonar os seus modelos mais ou menos estáticos e posicionar-se dinamicamente” [Alarcão, 2001, p. 15].

No Brasil, o racismo, o preconceito racial e a discriminação racial são elementos estruturantes da sociedade e ainda balizam as relações raciais e institucionais, hierarquizando as diferenças e inferiorizando um grupo – o negro – em detrimento de outro – o branco [Souza; Croso, 2007].

A Resolução nº 1, de 17 de junho de 2004, instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Este Documento regulamenta a Lei nº. 10.639/03. O artigo 2º, parágrafo 2º, da referida Resolução faz referência à valorização da identidade, história e cultura, na perspectiva do reconhecimento e da valorização das raízes africanas na nação brasileira [Brasil, 2004b].

Silva [2008], à luz do citado artigo, destaca que a inclusão da História e Cultura Afro-brasileira e Africana no Currículo é de fundamental importância para professoras/es e estudantes desconstruírem a história de inferiorização que perpassa no âmbito escolar por meio de reconhecimento da história e memória dos povos africanos, contribuindo para a autoestima e a identidade dos estudantes negras/os e valorização de suas raízes.

Os seguintes questionamentos que nortearam esta pesquisa possibilitaram-nos encontrar respostas aos nossos objetivos sobre a aplicabilidade da Lei n. 10.639/2003 e sua contribuição para a construção da identidade de estudantes negras/os. Indagamos: Que contribuições a Lei n. 10.639/2003 trouxe para valorizar a história e a memória dos povos afro-brasileiros? De que forma a obrigatoriedade da implementação da Lei n. 10.639/2003 se consubstancia na escola?

O percurso da Lei nº 10.639/2003
Segundo Dias [2005], a inclusão da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nas escolas seria um vetor preponderante no enfrentamento ao racismo. Historicamente, a implantação da Lei nº. 10.639/2003 foi movida pelas lutas dos Movimentos Negros, mas alguns movimentos foram impulsionadores, como: o Centenário da Abolição, em 1988, e os 300 anos de Morte de Zumbi dos Palmares em 1995. A manifestação naquele ano levou cerca de 10 mil negras e negros à Brasília com um documento reivindicatório entregue ao então Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Conforme o Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, outro impacto de caráter internacional foi a realização da III Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e outras Formas de intolerância, no ano de 2001, em Durban, na África do Sul, com o intuito de rever a luta heroica do povo africano por igualdade, justiça, respeito e inclusão [Brasil, 2013].

Assim, nos primeiros anos de governo, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 9 de janeiro de 2003, sancionou a Lei nº 10.639. Lei que modificou a LDB nos artigos 26 e 79. O texto da Lei foi incisivo e claro quanto às mudanças, tornando obrigatório o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana no Currículo Escolar. O texto da LDB era difuso e abrangia outras etnias. Todavia, houve uma mudança significativa, na perspectiva de que o conteúdo explicita os grupos humanos negros. Dessa forma, os parágrafos explicitam de forma inequívoca questões relacionadas às/aos negras/os [Dias, 2005].

A Lei nº. 10.639/2003 não se limita apenas aos dois artigos mencionados. No ano de 2004, para a implementação da referida Lei, foi sancionada a Resolução nº 1, de 17 de junho 2004, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, a qual estabelece no artigo 2º e § 2º que: o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana tem por objetivo o reconhecimento e a valorização da identidade, história e cultura dos afro-brasileiros, bem como a garantia de reconhecimento e igualdade de valorização das raízes africanas da nação brasileira, ao lado das indígenas, europeias, asiáticas [Brasil, 2004b, p. 2].

Outro documento que atende aos propósitos expressos na Lei nº 10.639/03 é o Parecer nº 003/2004. No que concerne aos estabelecimentos de ensino para implementação da Lei, o Parecer estabelece. Segundo o Parecer nº 003/2004, a luta pela superação do racismo e da discriminação racial é tarefa de todo e qualquer educador, independentemente do seu pertencimento étnico-racial, crença religiosa ou posição política. Aponta que o racismo, segundo o artigo 5º da Constituição Brasileira de 1988, é crime inafiançável e isso se aplica a todos os cidadãos e instituições, inclusive à escola [Brasil, 2004a].

Outro documento importante é o Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, que colabora para a implementação da Lei e para que os sistemas de ensino cumpram as determinações legais, com vistas a enfrentar as diferentes formas de preconceito racial no âmbito da escola [Brasil, 2013].

A Meta III do Plano apresenta as Atribuições dos Sistemas de Ensino. Para o Sistema Municipal, âmbito em que se realizou a pesquisa, optamos por uma que coaduna com a pesquisa: “Apoiar as escolas para implementação das Leis nº. 10.639/2003 e nº 11.645/2008, através de ações colaborativas com os Fóruns de Educação para a Diversidade Étnico-racial, conselhos escolares, equipes pedagógicas e sociedade civil” [Brasil, 2013, p. 32].

Conforme o documento supracitado, as Coordenações Pedagógicas, no âmbito das instituições, são as que maior interface possuem com o corpo docente por meio do Planejamento. No que concerne às atribuições da Coordenação Pedagógica, preveem a inclusão dos conteúdos no planejamento, exigiu a promoção de formação dos docentes, estimulam a interdisciplinaridade da temática em âmbito geral e alusivo ao Dia 20 de novembro e orientam para as denúncias de casos de racismo às autoridades competentes [Brasil, 2013].

A escola, o preconceito explícito e velado contra a/o estudante negra/o
No Brasil, estabeleceu-se historicamente a crença de ser a miscigenação um processo pelo qual o(a) negro(a) e o afrodescendente tornar-se-ão mais respeitados e terão a possibilidade de ascender na escala social; é a chamada ideologia do branqueamento, refletida, entre os muitos exemplos, nas narrativas populares que incluem a necessidade de o(a) negro(a) ou afrodescendente limpar o sangue, por meio de sucessivos casamentos entre negros(as) e brancos(as). A miscigenação tem servido de argumento para se afirmar o quanto o brasileiro aceita a convivência de raças, isto é, o quanto não há preconceito no Brasil. [SOUZA, 1991; GUIMARÃES, 1999, D'ADESKY, 2001]: A escola, de forma velada e, às vezes, de maneira explícita, torna-se um espaço no qual essas concepções se perpetuam graças às distorções da realidade histórica, omissão dos fatos reais, reprodução de inverdades, sempre no sentido de mostrar os povos africanos como tribos estáticas no tempo, alheias ao conhecimento científico e ao progresso da humanidade [Nascimento, 1991, p. 90].
A Constituição de 1988 assegura à política pública brasileira a efetivação de posturas objetivas contra o preconceito, racismo e a discriminação imputada aos(às) negros(as), atribuindo à escola o papel de tornar a educação democrática, garantindo-lhes acesso e permanência, independentemente de cor ou crença, ampliando, assim, o espaço de cidadania do povo brasileiro. [Brasil, 2016].

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, ou Lei nº 9.394/1996, também traz expressamente em seu texto, no artigo 26, o respeito à diversidade cultural, porém o Movimento Negro não se satisfez com esse texto de caráter geral, e iniciou um movimento para que ele fosse mais específico e garantisse a inclusão da História e da Cultura Afro-brasileira e Africana no currículo escolar. Assim uma política de valorização teve início naquele contexto. [Coelho; Coelho, 2014].

Entretanto, o marco decisório para efetivação de uma política de valorização da memória ancestral dos africanos e afro-brasileiros data dos anos 1990, quando o Brasil participou da Conferência Mundial de Educação para Todos em Jomtien, na Tailândia, convocada pela Organização Educacional Científica e Cultural das Nações Unidas (UNESCO), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e Banco Mundial (BM). Dessa Conferência saíram posições consensuais relativas à luta pelo atendimento às necessidades básicas da aprendizagem para todos, tornando o Ensino Fundamental obrigatório e universal, objetivando ampliar as oportunidades de aprendizagem para crianças, jovens e adultos.

Em 1993, o Ministério de Educação elaborou o Plano Decenal de Educação (1993-2003), concebido como um conjunto de diretrizes políticas em contínuo processo de negociações, voltado para a recuperação do Ensino Fundamental, a partir do compromisso com a equidade, qualidade e constante avaliação dos sistemas escolares, objetivando seu aprimoramento, em consonância com o que estabelece a Constituição Cidadã de 1988.

Em 1996, foi aprovada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN nº 9.394/96) com o objetivo de consolidar e ampliar o dever do poder público para com a educação em geral e, em particular, com o Ensino Fundamental. O art. 22 determina: A educação básica, da qual o ensino fundamental é parte integrante, deve assegurar a todos a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes meios de progredir no trabalho e em estudos posteriores, fato que confere ao ensino fundamental um caráter de terminalidade e ao mesmo tempo de continuidade [Brasil,1996].

Reafirmando que a escola é o lugar propício para a formação da cidadania, a LDBEN exige, no seu art. 32, o fortalecimento dos vínculos familiares, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca na vida social [Brasil, 1996]. Dessa forma, insere-se o combate ao preconceito e o respeito à diversidade humana.

Destacamos, também, a elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), que se deu a partir do compromisso dos Estados e Municípios engajados na construção de seus currículos oficiais, lançando mão de informações relativas às experiências desenvolvidas por outros países. Uma educação escolar como uma prática que tem a possibilidade de criar condições para que todos os alunos desenvolvam suas capacidades e aprendam os conteúdos necessários para construir instrumentos de compreensão da realidade e de participação em relações sociais, políticas e culturais diversificadas e cada vez mais amplas, condições fundantes para o exercício da cidadania na construção de uma sociedade democrática e não excludente [Brasil, 2000, p. 45].

Entendemos que a prática escolar se diferencia de outras práticas educativas desenvolvidas em outros segmentos da sociedade (família, igreja, associações, mídia), por se constituir numa ação intencional, planejada, sistematizada e continuada de crianças, jovens e adultos durante um período contínuo de tempo. Por isso, nesse espaço de formação da identidade, devemos tratar de conteúdos que estejam em consonância com as questões que demarcam cada tempo histórico vivido e com os processos de diferenciação na construção da identidade pessoal.

É dentro dessa ótica que destacamos a proposta de construção de uma prática pedagógica que contemple e respeite as diferenças e as diversidades entre os saberes acerca da educação para a igualdade, que possibilite e torne acessível o fim desses embates e a desconstrução de temas historicamente deturpados. A escola, em consonância com professores e a comunidade escolar, deverá contribuir para equidade entre os saberes. Para tanto, devemos estar atentos para que em nome da diversificação: não estejamos perpetuando a discriminação e desigualdade em sala de aula, como enfatiza Gomes [2002, p. 20]. Para que os educadores e as educadoras reconheçam a diferença enquanto tal, compreendam-na à luz da história e das relações sociais, culturais e políticas da sociedade brasileira, respeitem-na e proponham estratégias políticas de ações afirmativas que se coloquem radicalmente contra qualquer forma de discriminação.

A escola, na maioria das vezes, é vista como um espaço democrático em que todos podem aprender e se desenvolver igualmente, além de ser responsável por preparar os indivíduos a exercer cidadania.  Segundo Freire [2001], a escola é um lugar de pessoas e de relações, é também um lugar de representações sociais que têm contribuído tanto para a manutenção quanto para a transformação social. Para Alarcão [2001], a escola é uma organização pensante, flexível, aberta à comunidade em que se insere levando-se em consideração, no processo de ensino-aprendizagem da/o estudante, sua cultura e sua história acumulada.

Contudo, embora as práticas racistas não se iniciem na escola, na opinião de Cavalleiro [2001], encontram nela uma forte aliada para seu reforço nessas relações. Desse modo, estudos revelam que a baixa autoestima, os estereótipos estão diretamente ligados ao rendimento escolar, pois os sujeitos que sofrem algum tipo de racismo ou discriminação no espaço da escola têm baixo rendimento escolar: “A existência de preconceito e discriminação étnicos, dentro da escola, confere à criança negra a incerteza de ser aceita por parte dos professores” [Cavalleiro, 1999, p. 98].

Para Silva [2008], tanto o preconceito explícito quanto o velado existente na escola deixam marcas irreparáveis em estudantes negras/os, visto que, nos espaços da escola e na própria sala de aula, muitos aspectos presentes excluem e discriminam os/as estudantes negras/os – como a ausência de cartazes, fotos, livros com histórias e imagens depreciativas que retratam a existência das/os negras/os nos mais variados ambientes da vida social, exercendo as inúmeras profissões que existem e frequentando todos os âmbitos da sociedade – pois pesquisas revelam que a ausência dessas representações das/os negras/os em diversas situações do cotidiano, leva as/os estudantes negras/os a sentirem vergonha e negarem sua raça/etnia. Desse modo, no espaço escolar, há toda uma linguagem não-verbal expressa por meio de comportamentos sociais e disposições –formas de tratamento, atitudes, gestos, tons de voz e outros -, que transmite valores marcadamente preconceituosos e discriminatórios, comprometendo, assim, o conhecimento a respeito do grupo negro. Como ao negro estão reservados, na sociedade, papel e lugar inferiores, pode-se afirmar que essa linguagem o condiciona ao fracasso, à submissão e ao medo, visto que parte das experiências vividas na escola é marcada por humilhações: isso leva os alunos negros a experimentarem o desejo, impossível, de tornarem-se brancos e eliminarem, assim, a cor indesejável [...] [Cavalleiro, 1999, p. 98].

É preciso, sim, cumprir o que pressupõe o marco legal ensinando a História e Cultura Afro-brasileira e Africana na escola com vistas à importância do estudante se auto identificar com a cultura e história ancestral dos povos africanos e notadamente para construção da identidade negra.

Referências
Profa. Dra. Clenia de Jesus Pereira dos Santos é membro do Grupo de Estudo e Pesquisa Investigação Pedagógica de Estudo Afro-brasileiros, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), professora seletivada do Programa Ensinar, da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e professora da rede pública estadual do Maranhão.
Larissa Maria dos Santos Baia é Graduanda em Comunicação Social – Jornalismo, na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Participante do Grupo de Estudo e Pesquisa em Linguagem, Interação e Estratégia de Comunicação – DIVERSUS. Pesquisadora de Direitos Humanos na Comunicação Social e de Linguagem com foco na identidade gênero/etnia negra. Bolsista da Assessoria de Comunicação da UFMA. Experiência em edição de áudio e vídeo, habilidade para fotografia. Ótima produção textual.

ALARCÃO, I. (Org.). Escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre: Artmed, 2001.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acessado em: 15 mar. 2020.
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BRASIL. Igualdade racial e étnica. Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2016.
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BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 1, de 17 de junho de 2004, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília: MEC/CNE, 2004b.
BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União, 10 jan.2003.
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CAVALLEIRO, Eliane. Identificando o racismo, o preconceito e a discriminação racial na escola. In: LIMA, J. C.; ROMÃO, J.; SILVEIRA, J.M. (orgs.). Os negros e a escola brasileira. Florianópolis: NEN, n.6, 1999, p. 49-80. (Série Pensamento Negro na Educação).
CAVALLEIRO, Eliane. Do silêncio do lar ao silêncio escolar: racismo, preconceito e discriminação na educação infantil. São Paulo: Contexto, 2001.
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D'ADESKY, J. Pluralismo étnico e multi-culturalismo: racismos e anti-racismos no Brasil. Rio de Janeiro, Pallas, 2001.
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SOUZA, A. L. S.; CROSO, C. Igualdade das relações étnico-raciais na escola: possibilidades e desafios para implementação da Lei 10.639/2003. São Paulo: Peirópolis: Ação Educativa, Ceafro e Ceert, 2007.
SOUZA, I. S. O resgate da identidade na travessia do movimento negro: arte, cultura e política. São Paulo, 1991. 376 p.Tese (Doutorado) - Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo.   


16 comentários:

  1. Cara autoras, como podemos vislumbrar um maior dinamismo no Ensino da História e Cultura afro-brasileira com o atual cenário de desmonte da educação brasileira, especialmente no ensino de humanidades?
    Bruno Miguel dos Santos

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    1. O ponto primordial dessa indagação é olhar para a História de Lutas dos Movimentos Negros no País. Feito isto, cabe a nós buscarmos as estratégias para enfrentar os desafios postos. Esta certamente não será a primeira batalha a ser enfrentada. O percurso Histórico que percorremos até aqui nos mantém fortalecidos e fortalecidas. Penso que os intelectuais no campo da História, Cultura Afro-brasileira e Africana tem se movimentado significativamente por meio da tecnologia neste período, para manter viva as nossas conquistas.
      Há nas escolas muitos professores que beberam nas fontes literárias do movimento que fez aflorar nos últimos anos com a efetivação de Políticas Públicas que embora “desmontadas”, se consolidam dentro de educadores, pesquisadores e ativistas. Muita produção científica sobre as questões raciais e essa luta permanece para combater a educação racista do nosso país.
      Ainda vislumbro na escola esse espaço de resistência e luta associado a outros movimentos que se fortalecem fora desse espaço formal. Os movimentos sociais são âncoras para esse apoio intelectual que já avançou significativamente.

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  2. Boa tarde!
    Sabemos que no Brasil estamos rodeados de uma sociedade racista, homofobia e intolerante, no quesito religioso, sobre isso vai a minha pergunta. A causa de ainda haver pouco caso sobre o estudo e debate sobre a cultura afro-brasileira nas salas de aula se dá por seu histórico religioso, se tratando do candomblé, uma religião onde seu ritual e cresça são demonizados frequentemente?

    Vitor Feitosa Santos

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    1. Larissa Maria dos Santos Baia19 de maio de 2020 às 20:17

      Boa Noite!
      O preconceito com a Religião de Matriz Africana representa sim uma das causas em torno de tantas outras que impossibilitam a inclusão da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na escola e na sala de aula. Temos que admitir, na verdade que esta situação é mais ampla. É conjunto de outros fatores desde um campo mais amplo como a formação inicial dos professores nas Universidades, o sistema educacional até a sua efetivação na escola. O que temos na maioria das escolas é a perpetuação de uma escola racista e fazer combate a esse racismo estrutural envolve a descolonização dessa História sórdida e cruel que ainda vivenciamos.
      Nós temos uma história cunhada na escravização e isto se reflete a todos os campos da sociedade, inclusive nas Universidades. Moema de Poli tem um livro onde ela reúne várias situações constrangedoras de Negros na Universidade, aliás, este é título do livro, especialmente aqueles que ocupam cargos em destaques. Conclusão da autora que quanto maior o cargo do(a) negro(a) maior os constrangimentos.
      Utilizei a referência para enfatizar que está na cor da pele, no histórico de escravização e também na religiosidade as causas(no plural), dessa negação, segregação, estereotipia e tantas outras adjetivações.
      Entretanto, nos últimos anos nós tivemos excelentes avanços com a implantação de Políticas de Igualdade Racial que nos tiraram dessa invisibilidade e dessa concepção histórica e eurocêntrica, inclusive de não temos História ou Cultura. A implantação da Lei 10639/2003 e seus desdobramentos em termos de produções científicas eclodiram no cenário nacional e com ela a importância de trabalhar a História, a Cultura e a Religião no Currículo. Este feito tanto teve implicações nas escolas quanto construiu uma reserva de intelectualidade em todas as áreas. Fato que servem de âncora para não retornarmos ao estágio que já tivemos em outros tempos. Embora vivamos tempos de desmontes das Políticas de Igualdade Racial, temos convicção que forças de professores formados, pesquisadores e ativistas não se intimidarão com questões que tem sido apresentada novamente para as questões raciais. È dessa identidade, dessa memória e dessa História que nos referimos no artigo.

      Atenciosamente
      Clenia de Jesus Pereira dos Santos e Larissa Maria dos Santos Baia

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  3. Boa tarde. Gostaria de citar um trecho do texto “A existência de preconceito e discriminação étnicos, dentro da escola, confere à criança negra a incerteza de ser aceita por parte dos professores”.
    Diante disso, como poderemos pensar o ensinar História Afro-brasileira e Cultura quando um professor ainda possui limitações racistas e preconceituosas?
    Como levar o debate sadio para dentro de sala de aula quando a direção da escola ainda possui preconceito para as novas Diretrizes Curriculares?
    FABIANO PIO
    GRADUANDO, HISTÓRIA UERJ, 4º PERÍODO.

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    1. Clenia de Jesus Pereira dos Santos19 de maio de 2020 às 20:18

      Boa Noite!

      Bem difícil uma receita, não é?
      Obrigada pela provocação.
      Nilma Lino Gomes, uma das autoras que dialogam conosco neste artigo, vem se debruçando bastante sobre a identidade negra. Em uma de suas pesquisas realizadas no salão de beleza, ela capta nas falas das respondentes, a frequência constante de denúncias de que o lugar em que elas mais foram estigmatizadas pela textura do cabelo foi a escola. Este é uma que achado fez Nilma se voltar para escrever sobre educação e identidade negra. Face a isto a autora argumenta que a escola que deveria ser espaço de construção positiva da identidade, tornou-se por excelência espaço que reafirma o preconceito racial. E se a criança ou o jovem não é visto de forma positiva, ele tende a não se aceitar como tal. Nessa perspectiva, necessário se faz uma trabalho sistemático dentro da escola de desconstrução do instituído e a construção de outros saberes.
      A grande questão aqui é despir o mito da democracia racial na escola é provocar nos sujeitos da escola o colocar para fora o racismo que foi construído (sim, ele é construído) em todo o processo de formação desses sujeitos. A partir de então apresentar outros caminhos, outra história que a escola não revela sobre a memória e a história dos descendentes de África porquê quem forma os professores também não disponibiliza esse conhecimento. Aqui estou me referindo às Universidades
      Nesse sentido, seria a apresentação de uma literatura crítica para um processo formativo intenso para todos os sujeitos escolares. Há produções disponíveis elaboradas na efervescência da Lei 10639/2003. O exemplo: Superando o Racismo na Escola, organizado por Kanbengele Munanga que reúne vários artigos com possibilidades de experimentar na escola e na sala de aula. O Kit A cor da Cultura que reúne uma excelente tecnologia com produções, vídeos, memórias das palavras, episódios Heróis de Todo Mundo que apresenta heroínas e heróis negros e negras. São estratégias que trazem para a escola o negro valorizado e reconhecido por sua história, cultura e obviamente aqueles sujeitos que estão na escola terão outas possibilidades de desconstruir os instituídos e olhar por outras lentes.
      Atenciosamente
      Clenia de Jesus Pereira dos Santos e Larissa Maria dos Santos Baia

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  4. Prezadas autoras, boa tarde!
    O meio escolar embora seja uma das principais formadores do carácter critico dos indivíduos/sujeitos na sociedade ele não é o único, o que nos levar a refletir que a questão do racismo, do preconceito e da desvalorização da cultura e memoria dos povos africanos e afro-brasileiros esta associada a diversas fatores e presentes nos mais variados segmentos sociais, tendo em consideração isso como a escola pode ajudar a difundir politicas educacionais de valorização cultural desses povos para alem dos muros da escola, efetivando um ensino que não se restrinja a sala de aula, mas que seja evidenciado no cotidiano dos indivíduos fora da escola?

    atenciosamente
    Alessandro Lopes Campelo

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    1. Clenia de Jesus Pereira dos Santos20 de maio de 2020 às 21:19

      Prezado Alessandro Lopes Campelo
      Obrigada pela pergunta
      O tecido social da escola é bastante complexo e a tessitura do saber exige que todas as ações estejam conectadas. Gestão, Corpo Docente, Currículo, Família estudantes a comunidade que é o entorno, as outras vidas que os estudantes têm fora desse contexto o que Libâneo (2010) caracteriza como educação formal e informal. Todo esse aparato precisa dialogar para cuidar da formação do estudante.
      Uma estratégia para caminhar para suas inquietações, que é para além dos muros da escola, exige a compreensão disto pela equipe gestora que envolve toda a equipe técnica da escola nessa frente. São eles que irão orquestrar esse trabalho. Desse modo, cabe às secretarias formar esses sujeitos para desenvolver um trabalho que contemplem os anseios da comunidade escolar. Uma estratégia é o trabalho com projetos. Mas não um projeto isolado, são projetos que permitam a interdisciplinaridade do conhecimento. Em uma temática sobre a História e Cultura Afrobrasileira e Africana, as áreas de conhecimento precisam dialogar e extrair de cada uma a compreensão para aquele conteúdo.
      Observe que essa discussão exige: definições de Políticas Públicas pelas Secretarias, Formação Continuada dos sujeitos escolares; reestruturação do Currículo, envolvimento da comunidade, trabalha com pesquisa, bons planejamentos.
      Eu (Clenia) tenho uma experiência de pesquisa com uma comunidade aqui em São Luís do Maranhão que rendeu bons resultados. Eu fiz um recorte de apenas uma sala de aula, fiz um olhar etnográfico da cultua da escola, apliquei vários instrumentos de pesquisa inclusive a conservação participante. Na sequência fiz relatórios com análises dos dados e apliquei uma intervenção. No meu trabalho eu tenho depoimentos de estudantes que se autorejetitavam e após o desenvolvimento do projeto você observa o quanto ele se valorizou. Os xingamentos e apelidos com termos pejorativos e de estereotipia ceder lugar ao respeito e a valorização do outro.
      Atenciosamente, Clenia de Jesus Pereira dos Santos e Larissa Maria dos Santos Baia

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    2. Onde leu conservação participante, leia-se observação participante.

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    3. Autorejetitavam leia-se auto rejeitavam

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  5. Olá boa tarde. inicialmente parabenizá-las pela temática que indubitavelmente precisa ser abordada de forma cotidiana tendo vista o o racismo que perdura vigente.Neste viés é pertinente frisar Candau e Moreira e é no campo da liberdade que a questão étnica-racial deve ser pensada,ser negro reconhecer-se negro nunca deveria ser motivo de vergonha ,negação e racismo ,mas de reconhecimento .Destarte ser negro significa trazer no corpo , na cultura e na história a riqueza de um ancestral e um processo de luta e resistência.De que forma na opinião de vocês devem ser trabalhada essas questões nos anos iniciais do ensino fundamental.

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    1. Larissa Maria dos Santos Baia20 de maio de 2020 às 22:00

      Prezada Brigida Lima Magalhães
      Obrigada pela pergunta
      Apesar de termos a ideia de que as crianças dos anos iniciais são iguais e podemos sugerir um trabalho de combate ao racismo caminhe pela mesma trilha, precisamos refletir que não funciona nessa ótica. Cada realidade tem o seu texto. Nesse sentido, o que poderíamos refletir seria as possibilidades de mudanças efetivas da escola. Ainda temos nos nosso sistema uma escola conservadora que reflete nas salas de aula as suas posturas. Estas mudanças inclui o diagnóstico da realidade para perceber como pensam e sobre o que pensam as pessoas daquele contexto e isto envolve, sobretudo, a escuta das crianças. Gomes (2011) afirma que o racismo não tem seu nascedouro na escola, mas ela é uma aliada por excelência de consolidação do racismo.
      Se pararmos para pensar na escola, temos um contexto gigante e complexo, de modo que não seria suficiente indicar uma ou outra estratégia mas olhar pela lente crítica o contexto da escola, identificar sobre o que pensam as pessoas e porquê pensam, para buscar caminhos.
      Cavaleiro, em seu Livro do Silêncio do lar ao Silêncio da Escola, nos faz pensar em como promover essa escuta, romper com o silêncio em tratar as questões raciais para identificar os conteúdos que precisam ser descontruídos e reconstruídos desde a educação infantil.
      Talvez, formação dos sujeitos na perspectiva antirracista; Implementação da Lei número 10.639/2003; leitura crítica dos Livros Didáticos(Silva,2008) e substituí-los por textos que incluam a história a memória dos povos africanos, incluir os contos africanos na literatura; o ensino das africanidades.
      Como afirma Souza (2012) ao dizer que a partir do momento as crianças ouvem as histórias contadas torna possível a introdução de elementos da História Africana e Afrobrasileira no imaginário destes jovens leitores. Desta forma, é relevante realizar rodas de leituras com contos africanos para que os estudantes percebam a importância dessas histórias e as diversidade das temáticas étnicos/raciais.
      Atenciosamente, Larissa Maria dos Santos Baia e Clenia de Jesus Pereira dos Santos.

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  6. Caras autoras!

    O artigo é bem específico em questão do papel do docente na disseminação da História da África e dos negros no Brasil. Gostaria de citar uma passagem que me chamou bastante atenção: "Segundo o Parecer nº 003/2004, a luta pela superação do racismo e da discriminação racial é tarefa de todo e qualquer educador, independentemente do seu pertencimento étnico-racial, crença religiosa ou posição política."

    Apesar dessa grande vitória para os negros, sabemos que a historiografia brasileira é revestida de obras com narrações eurocêntricas e racistas, como exemplo disso temos Casa Grande e Senzala de Gilberto Freyre. Com isso, qual seria a melhor forma metodológica para o professor trabalhar essas obras mantendo a ética e respeito para com os negros?

    Letícia Aparecida Rocha da Silva

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    1. Boa tarde!
      Penso que o papel do professor é desenvolver o pensamento crítico dos estudantes. Nessa perspectiva cabe ao professor treinar esse olhar do estudante na perspectiva de analisar quais obras comungam com essa sub-representação do negro (a) ou colocando-o como objeto na construção da história e da memória dos povos de África. Munanga(2008), apresenta exemplos claros das estratégias que o negro adotou para resistir a historia cruel de escravização pelas quais passaram em todos os campos. Essa reprodução de convívio pacífico entre os negros só fortalecem a ideologia o mito da democracia racial. Eu não teria receitas para indicar, mas posso apresentar pistas mediante as experiências com pesquisas em escolas, convívio com os docentes.
      Antes da definição das estratégias, cabe destacar a importâncias das formações iniciais e continuada do docente. A inicial se efetiva na Universidade espaço que contribui com a fundamentação teórica metodológica desse professor para um olhar de desconstrução do instituído, pensar a serviço de quem estão as obras sobre os negros. Romper com a premissa de que o negro se deixou escravizar.
      As formações continuadas serão fundamentais para refletir a realidade, pesquisar e propor intervenções. Um olhar cítrico do livro didático e a desconstrução dessa literatura equivocada, só serão possíveis se a formação desse professor fundamentar-se em teorias progressistas. Feito isto, ele será capaz de planejar estratégias capazes de submeter a uma lente crítica de obras de Gilberto Freyres e Monteiros Lobatos (Dirwan, 2007)que ainda cuculam nas escolas

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  7. Apesar do negro ter conquistado do direito de ter sua história contada, sabemos que muitas vezes ela é distorcida. Gilberto Freyre, infelizmente, ajudou a reprodução de que o convívio entre os negros e os brancos era de maneira pacífica, sabemos porém que não ocorria dessa maneira. Como podemos auxiliar na desconstrução desse pensamento, quando é facilmente encontrado em livros que esse convívio era pacífico?

    Atenciosamente
    Sarah Aquino de Oliveira Silva

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    1. Boa tarde!
      Uma ideia para na desconstrução desse pensamento, seria o fortalecimento da formação docente para qualificá-los para uma leitura crítica dessas obras, especificamente dos Livros Didáticos que ainda constituem-se como única ferramenta nas escolas. Outra ideia seria o combate com adoções de outros autores que descontroem a ideologia do mito da democracia racial. A exemplo: Nei Lopes; Kanbengeler Munga; Nilma lino Gomes, Petronilha Beatriz Gonçalves Silva; Milton Santos; Ana Célia Silva; Abidias do Nascimento; Conceição Evaristo; Joel Rufino e outros tantos importantíssimos.
      Atenciosamente,
      Clenia de Jesus Pereira dos Santos e Larissa Maria dos Santos Baia

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