A ETNICIDADE JUDAICA NO
ENSINO DE HISTÓRIA E NA ESFERA PÚBLICA BRASILEIRA: COMO SE EXPRESSA?
Neste trabalho buscamos perceber de que modo
a etnicidade judaica que no Brasil se configurou aparece no ensino de História
e nos diversos espaços onde a produção do conhecimento histórico ocorre. O
entrelaçamento da história dos judeus a nossa não é recente, porém, no que
tange aos espaços onde este saber circula a ideia de um não lugar persiste
reforçando uma não compreensão de quem vem a ser o judeu, o que pode levar
dentre outras, a ondas de ataques e manifestações de ódio, situações
recorrentes no atual cenário político e social brasileiro. Para tanto contamos
com as contribuições trazidas por Monica Grin [1992] em seu estudo acerca do
fenômeno da etnicidade e da presença dos judeus em solo brasileiro; as
definições e constructos elaborados por Klaus Bergmann [1990] e Jörn Rüsen
[2007] sobre a Didática da História e seus processos de aprendizagem e de que
modo essas questões convergem ou se diferenciam daquelas suscitadas pelos
estudiosos da chamada História Pública.
Palavras-Chave: História e ensino; História
Pública; Judeus
Para além de um fenômeno social, a etnicidade
é também um fenômeno político. Assim compreende Monica Grin [1992], ao buscar
compreender os judeus que sobreviventes da diáspora, especialmente aquela
oriunda do contexto das perseguições nazistas que assolaram a Europa, vieram a
se estabelecer no território brasileiro. Política, pois, segundo ela, emerge da
própria dinâmica interativa, ou seja, ela se manifesta como resposta aos
estímulos de conjunturas particulares (sociedades, arranjos políticos, culturas
políticas) [GRIN, 1992, p. 55].
Temática explorada significativamente em
nossa historiografia, porém, pouco difundida no universo das mídias sociais e
na escola, a etnicidade judaica que no Brasil se formou – dentre tantas outras
- é uma história que ainda está por ser feita. É o que revelam os textos
especializados que trazem o judeu numa perspectiva estereotipada, a mesma que
foram construídos ao longo da história. Nossa questão vai nesta direção:
atualmente judeu ainda é visto desta forma? A escola consegue dar conta de
trabalhar a desconstrução do preconceito em relação a este sujeito? O ambiente
virtual, como novo espaço relativamente novo de sociabilidade tem qual
perspectiva?
Levando-se em conta as tendências que formam
o cenário cultural atual, encontramos alguns espaços onde no Brasil
identificamos a presença judaica como o meio televisivo, museus tanto no seus
aspectos físicos quanto digitais e redes sociais as quais cada vez mais judeus
de diferentes segmentos ou correntes passaram a aderir, enfim lugares que nos
ajudam a perceber como o “pensamento histórico está então formado quando se
relaciona diretamente ao todo, ao agir e ao eu de seus sujeitos” [RÜSEN, 2007:
p. 98], no caso, principalmente os estudantes.
A Didática da História, segundo Klaus
Bergmann [1990], procura apreender as formas e funções que o conhecimento
histórico assume na História Pública, ela trata de todos os modos imagináveis
de História. Sua preocupação está voltada para a elaboração e recepção dos
saberes que circulam na sociedade, como aqueles representados pelos
“mass-media, meios de comunicação de massa, como p. ex., filme, televisão,
vídeo, rádio e imprensa” [BERGMANN, 1990: 30-31].
Do mesmo modo compreende Jörn Rüsen [2007],
ao reconhecer que os processos de aprendizado histórico ocorrem nos mais diversos
e complexos contextos da vida, onde, complementa, a consciência histórica
desempenha um papel, vindo a tratar-se, portanto, de um processo “dinâmico”, de
articulação dos “saberes especializados com os demais saberes” [RÜSEN, 2007:
91-97].
O fato de, por vezes, o peso dos
conhecimentos escolares terem menos peso do que os conhecimentos
extraescoalares, tem se intensificado na atualidade, já que vivemos em uma
sociedade cada vez mais perpassada pela mídia, ou melhor, pelo espetáculo da
mídia. No caso dos saberes históricos, segundo Jurandir Malerba [2014]:
“Recente explosão ruidosa de formas populares
de apresentação do passado. Esses mesmos fenômenos acontecem em maior ou menor
medida no Brasil: constata-se uma sensível demanda social por história nos mais
diversos espaços de formação de opinião fora das universidades, novos lugares
de exercício da profissão, uma demanda crescente de consumo popular de
história.” [MALERBA, 2014, p. 32.]
Também para Jill Liddington [2011], os
últimos anos presenciaram uma explosão de representações populares do passado.
E a autora pensa a História Pública como sendo a apresentação popular do
passado para um leque de audiências [LIDDINGTON, 2011, p. 34].
De certo modo é este o movimento que
pretendemos fazer quando buscamos perceber como o judeu aparece nas recepções
“extra-escolares”, no nosso caso, a televisão, o museu e as redes sociais
tecendo um diálogo com o ensino de História na escola, lugar onde não só
“deveria oficialmente formar uma determinada consciência histórica” mas que
acaba “revelando a consciência histórica predominante” [RÜSEN, 2007: 32].
Ao analisarmos as narrativas históricas
veiculadas nos espaços que aqui selecionamos, estamos lidando com uma história
feita para o público, ou seja, aquela que prioriza a ampliação das audiências
[SANTHIAGO, 2016:28]. É esse papel público desempenhado pela consciência
histórica que vamos tratar bem como a forma como se dá a apropriação do mesmo
dentro da escola, afinal dentre as funções que assume a Didática da História,
temos aquela que:
“Consiste em investigar e pesquisar as
possibilidades e legitimidades de intervenções no setor das atitudes e
mentalidades e da identidade histórica de indivíduos e grupos sociais e,
fazendo isso, examinar se tais intervenções corresponderiam às normas de um
pensamento histórico racional ou se tais intervenções violariam essas normas.”
[BERGMANN, 1990:37]
Interessa-nos perscrutar como se dão essas
representações em torno dos judeus e como circulam em algumas esferas sociais,
destacando a escola. Isto, porque entendemos que os sujeitos escolares,
principalmente do Ensino Médio, estão mais expostos às mensagens circulantes na
mídia e na cibercultura. Por isso mesmo, provavelmente a escola seja um
ambiente em que as representações advindas da mídia e da cibercultura podem ser
mais evidentes
Em um trabalho recente percebemos que a
presença dos judeus no Brasil seria um marco histórico relacionado apenas
consequência da Segunda Grande Guerra, sendo que em outros períodos, seria como
se não houvesse judeu no território brasileiro [RAGUSA, 2019a].
Do ponto de vista da História Pública, esta
velha prática, encontramos os judeus disseminados em diversos formatos e
lugares os quais não necessariamente passaram pelo “crivo” do historiador, mas
tem grande audiência, “a história não mais se produz somente na academia”
[MALERBA, 2017:142]. Muito embora esta história que acontece fora do meio
científico não seja uma novidade, a questão é que com a popularização da
internet o “espírito público da história” ampliou significativamente
[SANTHIAGO, 2016:25].
Em relação aos suportes de comunicação há de
se compreender que cada um tem sua natureza. A televisão, por exemplo, não está
desconectada do conhecimento histórico. Já os museus, especialmente em suas
plataformas digitais e que trazem o judeu como temática principal, como é o
caso do Museu do Holocausto de Curitiba, podem instigar a mapear as
possibilidades oferecidas por este ambiente dentro do conhecimento histórico
que ali se produz e por último, não menos importante, as possibilidades e diálogos promovidos pelas
redes sociais, essa “história feita pelo público” [SANTHIAGO, 2016: P. 28], a
qual busca uma aproximação do público em geral com o universo judaico.
Certamente que todas essas tratam-se de
lugares complexos e difíceis não só por que em sua dimensão incorporam formas
não institucionais de história e memória, mas pela batalha constante entre o
conteúdo e apresentação, com cortes, compressões, diminuições, condensações
[SANTHIAGO, 2016: p.29].
É preciso estarmos atentos aos usos do
passado no tempo presente e as mudanças que provocam no imaginário social, sem
perder de vista que em meio a esta expansão da divulgação histórica, essas
novas vozes, necessitam de “novas estratégias, novas formas e novos conteúdos
de participação ou exclusão historicamente fundamentadas” [RÜSEN, 2009: 170].
Além disso, trazemos aqui as perguntas
suscitadas por Monica Grin [1992], na tentativa de compreender os níveis de
variação da etnicidade judaica no contexto das transformações sociais
associados à modernização e aos impactos dessas sobre os judeus [GRIN, 1992, p.
72]. As questões levantadas pela a autora na época em que o trabalho foi
escrito nos ajudam a pensar o que talvez teria mudado da década de 1990 para cá
e o que permaneceu.
No que toca à questão dos lugares por onde se
manifestam os judeus, por exemplo, há muito que os mesmos deixaram de ser um
povo exclusivamente do livro [KOGAN, 2016: p. 118]. O meio digital parece ter
se tornado local privilegiado de difusão, de divulgação e também de denúncia de
temas ligados ao universo judaico, mas que também ultrapassam essa esfera
abordando outras temáticas as quais quase sempre convergem em direção à
questões políticas, econômicas e religiosas do dia.
Deste modo, a forma como os judeus vem
respondendo ao menos às transformações ocorridas no âmbito da comunicação
denota a incorporação de novos valores, levando o judaísmo para uma perspectiva
digital e consequentemente ampla visibilidade sobre o mesmo.
Neste contexto, a interação entre judeus e
não-judeus também levantada por Grin [1992], se modifica. Por habitarem um novo
território onde há um reforço nas redes de sociabilidade, a internet trouxe
para os judeus um novo público, ampliando, portanto, a visibilidade do grupo e
daquilo que deseja compartilhar. Esta interação entre os de origem judaica e os
gentios, no meio virtual alterou significativamente as bases de coesão do grupo
étnico-judaico na contemporaneidade.
Poderíamos afirmar que essa é uma constatação
que serviria apenas para os judeus pertencentes à correntes mais progressistas
ou de outros segmentos menos ortodoxos, mas a adesão destes últimos ao meio
digital, ainda que com restrições maiores à participações de seus grupos, também
reconfigura a própria questão da ortodoxia.
Quanto a televisão esta não está desconectada
do conhecimento histórico, no entanto, pouca atenção ou destaque foi dado à
história dos judeus, a não ser em alguns poucos programas exibidos por
emissoras de peso na forma de minisséries ou telenovelas.
Já em relação aos museus, ainda é recente
exposições voltadas para a temática judaica. A não ser pelo Museu do Holocausto
de Curitiba fundado no ano de 2011, a temática judaica dificilmente é tratada
nos museus brasileiros e muito embora o museu paranaense localizado na capital
tenha como tema a Shoah, este é apenas um dos episódios da história judaica que
cruza-se com a nossa.
Trazendo a discussão para o universo escolar,
refletindo acerca da sala de aula, dos estudantes que nela se inserem diante da
possibilidade de uma “formação histórica esvaziada” ao menos no que toca a
questão judaica no Brasil enquanto parte de nosso processo identitário,
acreditamos que um “olhar histórico” poderia “aprofundar a consciência de que
os dias de hoje se passam de outra forma de que no passado, porque as condições
da vida prática de cada um são historicamente específicas” [RÜSEN, 2007: p.
113].
Compreendemos que enquanto “textos
midiáticos”, a televisão e a internet – incluímos aqui o museu pensando nas
plataformas digitais onde atua - produzidas cada uma em seu tempo, assim como
na cultura oral, escrita ou impressa, “ativam no sujeito que ouve, vê ou lê um
grande circuito de conceitos, experiências, imagens, modelos, percepções,
lembranças, etc” [RAMOS: 2015 p. 63].
Cristãos-novos ou criptojudeus, marranos,
apátridas ou não, o fato é que tais indivíduos desde que vieram a se
estabelecer em nossas terras não passaram incólumes por elas tampouco
imperceptíveis. É o que nos revelam os estudos dedicados a esta presença que em
épocas e contextos diferentes foi deixando marcas às quais até hoje se fazem
notar.
Em trabalhos anteriores pudemos constatar a
partir da análise de alguns livros didáticos de História, voltados para o Ensino
Fundamental II [6ºano ao 9º ano] e contemplados pelo Programa Nacional do Livro
Didático [PNLD], que a história dos judeus no Brasil é algo ainda tímido no
contexto escolar [RAGUSA, 2019b], mas essa é uma discussão que necessita de
fôlego uma vez que tanto a escola em si, quanto a cultura material escolar não
são neutros, atendem demandas e finalidades [JULIA, 2001].
Se levarmos essa discussão para os outros
espaços onde circulam os saberes históricos – e que não podemos ignorar
reverberam nas escolas - nos depararemos
com o mesmo cenário, no entanto, temos percebido que os frequentes discursos e
manifestações de cunho revisionista, negacionista e antissemita que chegam na
mídia televisiva, literária e principalmente virtual tem contribuído para que a
temática judaica venha à tona.
Segundo Rüsen [2007: p.100], “todo
conhecimento histórico está marcado por uma relação ao presente” e refletindo
acerca da expansão do ódio crescente em relação aos judeus, no mundo,
consideramos “latente a necessidade de revisitarmos e atualizarmos os conteúdos
que integram os currículos da educação básica, seja no nível infantil,
fundamental ou médio” [SILVA; SCHURSTER, 2016: 752].
Refletindo acerca do que os estudantes de
Ensino Médio pensam sobre a história do judeu no Brasil, selecionamos duas
turmas do 2º ano de uma escola localizada no município de Londrina, pertencente
à Rede Pública do Ensino do Paraná. A turma “A” possuí um total de 37 alunos e
destes, 21 meninas. A turma “B”, possuí um total de 35 alunos e destes, 17
meninas.
A escola é considerada uma instituição de
pequeno porte, localizada na região central da cidade, e conta com cerca de 409
alunos, divididos em turmas do Ensino Fundamental II o qual ocorre no período
vespertino, e, Ensino Médio no período matutino.
Uma vez que faz parte da grade curricular dos
estudantes do segundo ano do Ensino Médio lidar com um conteúdo voltado para os
vários grupos étnicos que contribuíram para a formação da sociedade brasileira,
buscamos investigar os conhecimentos prévios dos alunos sobre suas ideias a
respeito desses grupos. Quase que unanimemente os estudantes referiram-se ao
velho tripé “índios, brancos e negros”.
Nem nas respostas fornecidas pelos estudantes
do 2º ano “A” e nem naquelas dadas pelos jovens do 2º ano “B”, os judeus
apareceram. Como apontamos aqui as discussões acerca dos silêncios e lacunas
que ainda reverberam no ensino de História em torno dessa temática demandariam
uma série de pressupostos que aqui não caberiam, no entanto, temos claro que
uma das possibilidades em se pensar a História Pública aliada ao ensino de
História seria a:
“Construção de um conhecimento
pluridisciplinar atento aos processos sociais, às suas mudanças e tensões. Num
esforço colaborativo, ela pode valorizar o passado para além da academia; pode
democratizar a história sem perder a seriedade ou o poder de análise. Nesse
sentido, a história pública pode ser definida como um ato de “abrir portas e
não de construir muros” […] [ALMEIDA; ROVAI; 2011. p. 07].
O estudo da etnicidade judaica no ensino de
História do Brasil ainda não aconteceu e nem tampouco nos espaços públicos. A
não ser por alguns poucos espaços onde identificamos a figura judaica, o meio
acadêmico ainda é fonte privilegiada deste saber. Ainda assim acreditamos que
uma aproximação entre o espaço escolar e aquilo que se produz fora dele é
essencial na formação da consciência histórica dos estudantes afinal:
“O Ensino de História, tal como a História
Pública, pode ser pensado como espaço/tempo de fronteira (...). Nas fronteiras
do ensino de História, a comunidade escolar se movimenta em temporalidades
disjuntivas, entre si entre conhecimentos historiográficos e memórias locais,
entre histórias de vida e significações coletivas, enfim, rompendo polarizações
e produzindo um movimento que vivencia a diferença, habitando o entrelugar”.
[ANDRADE; ANDRADE, 2016, p. 183].
Sem nos adentramos as questões elementares e
complexas que abarcam o ensino como currículo ou diretrizes, mas levando-se em
conta as inúmeras possibilidades para que o mesmo ocorra, não ignoramos o fato
de que os elementos norteadores da História Pública estão o tempo todo na
prática docente, ou seja, a sala é o locus onde este saber público acontece.
É a partir deste diálogo que os silêncios e
as lacunas em torno da etnicidade judaica e seu papel no processo de formação
da sociedade brasileira poderão por meio da ação do professor-pesquisador ser
rompidos.
Referência
GRANADO, HELENA R. é doutoranda do programa
de Pós-Graduação do Departamento de História da Universidade Estadual de
Maringá, com ênfase em História Política, bolsista CAPES, orientação do
professor Francisco César Alves Ferraz.
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KOGAN, Andréa.
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LIDDINGTON, Jill. “O que é a História
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RÜSEN, Jörn. História Viva: Teoria da
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Querida, Helena!
ResponderExcluirParabéns pelo seu texto e pela pesquisa que está realizando em torno da temática sobre a etnicidade judaica no ensino de história e na esfera pública. Você abordou a questão dos discursos negacionistas e revisionistas. É possível explicar esses conceitos na contemporaneidade?
Cyntia Simioni França
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ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirBoa tarde! Muito obrigada pela pergunta. Professora acredito que sim uma vez que o avanço de tais tendências na atualidade demonstram o quanto não foram superados e desta forma seus significados além de serem próximos, se mantém. O que muda são os meios por onde se expressam e os modos como circulam professora que mereçam maior atenção por parte do pesquisador, além de claro atentar-se para o avanço acredito eu vertiginoso dos grupos vinculados à políticas que fazem usos desses discursos transformando-os em ações que não só atrapalham a produção do conhecimento histórico como promove o reforço de esterótipos e preconceitos que se estenderiam para outros grupos que não judeus como vem ocorrendo. Abração! Helena Ragusa Granado
ExcluirParabéns pelo texto e obrigado por compartilhar o seu conhecimento e pesquisa sobre a etnicidade judaica no Brasil.
ResponderExcluirConforme você nos apresentou, o ensino da História sobre a presença e a importância da etnicidade judaica no Brasil, embora já apresente alguma produções relevantes sobre a temática, ainda encontra-se num processo de reconhecimento e construção, seja ele na academia, na história pública ou nos livros didáticos.
Sabemos que a igreja católica durante o período colonial, praticou a perseguição e a intimidação direta através do Tribunal do Santo Oficio, mesmo assim conseguimos verificar uma presença ativa de cristão novos no nordeste brasileiro, muitos vinculados ao comércio e ao trafico negreiro.
Conseguimos perceber então uma presença marcante da etnicidade judaica nas origens históricas do Brasil , gostaria de saber na opinião da professora, qual seria o motivo desta exclusão/ diminuição o da importância histórica da etnicidade judaica na formação do Brasil?
Abraços.
Wander da Silva Mendes
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ExcluirAbraços e obrigada!
ExcluirOlá professor, muito obrigada pelas pertinentes colocações. Tratarei a questão colocada pelo professor como o fiz num estudo anterior que seria algo que perpassa pela noção do conceito de cultura escolar, ou seja, o ensino de História no Brasil - pensando-o como país colonizado e neste processo inseridos a comunidade jesuítica portuguesa e que tinha o ensino como uma das missões- então trata-se de algo deliberado.Abração! Helena Ragusa Granado
ExcluirOlá Helena, primeiramente gostaria de dizer que seu trabalho é muito interessante e relevante, minha dúvida é: Como podemos concorrer com os instrumentos da mídia que constroem uma imagem estereotipada dos judeus e isso acaba refletindo nas aulas de história.
ResponderExcluirAtt
Arnaldo Martin Szlachta Junior
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ExcluirOi Arnaldo tudo bem, obrigada pela pergunta. Sim essa é mesmo uma preocupação, no entanto, no sentido midiático ao contrário, no que toca a produção do conhecimento em torno do judeu temos mais a favor do que contra, muito embora o passado do Holocausto seja o mais suscitado pelo mesmo fazendo com que muitas vezes exclua outros passados, traumáticos inclusive sejam excluídos. Em minha recente experiência investigando como os estudantes pensam o judeu a questão bibllíca e religiosa apareceu de forma significativa no modo como compreendem esse grupo e no mais das vezes uma confusão de conceitos: hebreus, judeus, e a imagem de um único judeu - assassino de Cristo. O judeu da 2a Guerra já seria um outro judeu mas tampouco compreendido em sua complexidade. Então acredito que levar a esse aluno conteúdos produzidos por essa mídia seja televisiva, museológica - em sua perspectiva digital - literária, trabalhando com excertos aos poucos as narrativas podem amenizar os silêncios, lacunas, distorções ou equívocos mesmo acerca de quem vem a ser o judeu no Brasil. Muito obrigada Helena Ragusa Granado
ExcluirAlou Helena. Parabéns pelo texto e pelas reflexões.Você aponta que "o estudo da etnicidade judaica no ensino de História do Brasil ainda não aconteceu e nem tampouco nos espaços públicos ". Considerando que no interior dessa etnicidade judaica também há uma complexa diversidade de posições, ações e representações como você propõe estratégias de abordagem para o público escolar. Grata. Ana Heloisa Molina. UEL
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirOlá Ana! Muito obrigada pela pergunta, muito pertinente mesmo. Mas acredito que promover ações que permitam o encontro dessas narrativas, sejam as de caráter midiático, museológico, literário - com aquela produzida na escola. Inserir no cotidiano desses estudantes o ensino de História acerca desta identidade por meio de aproximações ou contraposições que possibilitem caminhos em busca de romper com os silêncios, lacunas, distorções ou equívocos acerca do que vem a ser o judeu no Brasil. Muito obrigada Helena Ragusa Granado
ExcluirAlou Helena. Agradeço o retorno e as considerações. Abraços. Ana Heloisa Molina
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