Emmanuele Vale Silva e Jakson dos Santos Ribeiro


APRENDENDO SOBRE SI, ENTRE HISTÓRIAS: A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE ATRAVÉS DOS CONTOS AFRICANOS


Contar histórias é sempre uma atividade que envolve magia, mistério e suspense. O mundo do fantástico se comunica com a realidade, para dela extrair elementos para sua criação, buscando ir além dos fatos e acontecimentos reais, acessando outros mundos possíveis. O conto é um vértice de ângulo dessa memória e dessa imaginação. A memória conserva os traços gerais, esquematizadores, o arcabouço do ofício. A imaginação modifica, ampliando pela assimilação, enxertias ou abandono de pormenores, certos aspectos da narrativa. O princípio e o fim das histórias são as partes mais deformadas na literatura oral. [Cascudo, 2003, p.12]
Nesse sentido, a literatura de matriz africana vem colaborando satisfatoriamente para a formação de novos leitores e remondo a temático sobre identidade nacional brasileira. Levando dentro dessas obras a identidade de personagens negros e o conhecimento sobre novas culturas tem contribuído para a construção de uma autoestima positiva e principalmente a quebra de estereótipos.

Na verdade, em um nível manifesto, os contos de fadas ensinam pouco sobre as condições específicas da vida na moderna sociedade de massa; estes contos foram inventados muito antes que ela existisse. Mas através deles pode-se aprender mais sobre problemas interiores dos seres humanos[ ...] [Bettelheim, 1980, p. 13]

Entretendo, o interesse pelo tema de seu a partir de um projeto de extensão intitulado como “É hora de viajar e conhecer a África: contação de contos africanos na primeira infância (2019-2020)” tendo como objetivo, apresentar através da literatura a importância contribuição da cultura da África no processo de construção da formação étnico-racial, não apenas do Brasil mas de outros contextos. O Projeto se encontra em desenvolvimento e atende as crianças da Rede Municipal localizadas na periferia da cidade Caxias, U. E. São Francisco; U. E. Antenor Viana; U. E. Jadhiel Carvalho; e U. E. Acrisio Cruz.

Através desse objeto de estudo, identificamos a importância dos contos africanos na construção da identidade das crianças assim como promover relações dialógicas e igualitárias entre as pessoas e grupos que pertencem a universos culturais diferentes, trabalhando os conflitos inerentes a essa realidade.

As culturas nacionais, ao produzir sentidos sobre ‘a nação’, sentidos com os quais podemos nos identificar, constroem identidades. Esses sentidos estão contidos nas histórias que são contadas sobre a nação, memórias que conectam seu presente com seu passado e imagens que dela são construídas. [Hall, 2011, p.51].

O impacto da educação infantil sobre a formação de valores e atitudes das nossas crianças é incontestável, por isso as crianças deverão ser estimuladas desde cedo, a participarem de atividades que possam e estimula-las a conhecer, reconhecer e valorizar os diferentes grupos étnicos-raciais na construção da história e da cultura brasileira. Assim, Munanga (2005), exemplifica: Partindo da tomada de consciência dessa realidade, sabemos que nossos instrumentos de trabalho na escola e na sala de aula, isto é, os livros e outros materiais didáticos visuais e audiovisuais carregam os mesmos conteúdos viciados, depreciativos e preconceituoso em relação aos povos e culturas não oriundos do mundo ocidental. Os mesmos preconceitos permeiam também o cotidiano das relações sociais de alunos entre si e de alunos com professores no espaço escolar. 

Ao falar em Educação Infantil, torna-se impossível não tecer uma retrospectiva histórica mesmo de forma fragmentada sobre o assunto, visto que a compreensão desse movimento é resultado de um processo de muita luta, tensões e contradições entre os diferentes segmentos da sociedade. Os primeiros livros para crianças foram produzidos ao final do século XVII e durante o século XVIII, pois antes disso não se escrevia para elas porque não existia a “Infância”, todavia, a concepção de uma faixa etária diferenciada com interesses próprios e necessitando de uma formação especifica só aconteceu na Idade Moderna.  

Kuhlmann Junior, (2001) faz uma análise sobre essa questão, demonstrando que a infância é uma invenção da modernidade. Junto com os interesses burgueses a creche e pré-escola adquirem um formato de conformação com as novas exigências sociais advindas com o modo de produção capitalista. De um lado as creches atreladas há um projeto assistencial, destinadas aos pobres e do outro a pré-escolar com um projeto educacional destinados as elites.

A infância acaba ganhando maior preocupação e atenção com o passar dos anos, fruto principalmente da pressão de movimentos populares e a comunidade científica onde a educação infantil passa a ser direito de todas as crianças a partir da Constituição do Brasil de 1988. Diante desse movimento, hoje a educação infantil vem definindo a sua função mediada pelo cuidar e educar de forma indissociável. Essa nova conotação, implica pensar a criança de forma integral, nas suas múltiplas potencialidades.

O primeiro repertório de literatura para infância foram as fábulas e os contos de fadas, gêneros que, com a clara marcação da categoria infância, foram devidamente adaptados para “educar” as crianças nos moldes burgueses. Tendo sofrido alterações conforme a necessidade de cada época, os contos sobreviveram como manifestações culturais de diferentes grupos sociais. Os textos sofreram significativas transformações para atender os propósitos pedagógicos da cultura burguesa, que se utilizava da literatura para transmitir e consolidar valores [Alcântara, 2010, p. 15].

Sendo assim, cabe salientar que, a literatura infantil está estruturada em discursos que ao mesmo tempo em que possibilitam uma leitura da infância e de seus contornos na relação com o adulto, também criam um repertório de ações e comportamentos direcionados ao ensino e inserção da criança no meio social. Portanto, os textos literários infantis acabam por colaborar com a transmissão de normas e comportamentos socialmente valorizados.

Segundo Souza (2012), a matriz africana mantém parte de sua essência pela tradição de contar e vivenciar histórias míticas, consideradas práticas educativas que chamam a atenção para princípios e valores, para o autoconhecimento, socialização de saberes e convivência comunitária. Entretanto, a tradição oral pode ser vista como grandes ensinamentos, saberes e conhecimentos que veiculam e auxiliam os indivíduos a se integrarem no tempo e no espaço e nas tradições.

Os contos orais expressam hábitos e valores que a escola deve tomar parte, proporcionando através das atividades pedagógicas do professor uma aproximação do aluno ao gênero narrativo do conto, pois apesar de serem curtos provocam a criatividade e o imaginário do leitor. Eles são via de acesso ao que no fundo, constituem parte da tradição cultural de um povo, expressando a crença no ser humano, passando aos seus descendentes, uma versão sempre atualizada da realidade.

Nesse sentido, a literatura infantil vem contribuindo para formação de valores, atitudes e leitura crítica das nossas crianças. Partido disso, estamos diante do surgimento de uma literatura infantil no qual traz a inclusão de novas narrativas e trabalhos interligados a relações raciais e o conhecimento de um outro continente. Ao trabalhar a história e cultura da África dentro da primeira infância promove a constituição de um pensamento, crítico e reflexivo, sobre a importância do negro na construção da cultura, não apenas brasileira, mas em outros contextos.

No Brasil a lei. 10.639/03, foi criada com a ideia de incluir obrigatoriamente no currículo oficial das escolas o ensino da cultura africana e afro-brasileira, como também no projeto político pedagógico, bem como no trabalho docente do professor em sala de aula. Abordar essa temática não é tarefa simples, uma vez que esse assunto não é muito recorrente em sala de aula. Quando a literatura infanto-juvenil passa a ser colocada em estudo, percebe-se o desconhecimento e a estranheza por parte dos alunos juntamente com a dificuldade do professor de apresentar essas obras. Entretendo, acreditasse que quando mais cedo elas forem trabalhadas em sala de aula poderá contribuir para uma visão crítica dos alunos sobre as questões étnicas-raciais.

Muitos contos africanos são divididos em temas de histórias, como por exemplo, há história de heróis e princesas, fabulas de animais, brincadeiras, preparação de comidas africanas, histórias de como o mundo foi criado e entre outros. São esses contos narrados em volta de fogueiras como assim eram passados de geração a geração, faz com que desperte o interesse pela criança e usa própria identificação, pois as mesmas começam a perceber que África não estar tão distante e que muito do que o povo brasileiro tem hoje foi deixado pelo os africanos que por aqui passaram.

Segundo Silva (2009), a questão sobre identidades é um tema delicado onde retrata sentimentos, vivências, comportamento de cada pessoa. A identidade significa a compreensão de quem somos como seres humanos. A definição de uma identidade social se faz através da identidade cultural que é caracterizado como nossa herança onde é representada pelos costumes seja na música, na fala, nas comidas, na arte. Nossa origem cultural foi constituída através da integração dos portugueses, índios e negros, dentre outros povos do mundo. Com o procedimento de globalização no século XIX fixou uma aproximação em diferentes culturas de países mais desenvolvidos. Uma grande parte da permanência dessas culturas estabelece no ambiente educativo, na escola onde é desenvolvido o conhecimento de nossa identidade misturada com a cultura europeia, indígenas e africanas onde também possibilita o respeito das diferenças entre grupos sociais.

O texto literário para o público infanto-juvenil determina que seja sempre abordado através uma leitura prazerosa que envolvam histórias da nossa existência a criatividade e que proporcione o conhecimento da cultura africana, com isso achamos mais viável trabalhar os Contos Africanos por serem um texto curto e de fácil compreensão para os leitores mirins.

“A partir do momento em que as crianças ouvem as histórias contadas torna se possível a introdução de elementos da História Africana e Afrobrasileira no imaginário infantil, abrindo à fantasia dos jovens leitores a personagens e situações vividas por eles. Por isso, é de grande relevância realizar rodas de leituras com os contos africanos para que os alunos percebam a importância dessas histórias e a variedades de livros com essa temática”. [Souza, 2012, p.12].

As rodas de leituras têm permitido aos alunos o encontro com personagens negros e sua resistência ao enfrentar os preconceitos, resgatando sua identidade racial e valorizando sua matriz africana assim como mostrar a riqueza do seu território que tão pouco é explorado, onde enfoca apenas aspectos negativos. Até hoje, nas imagens que são veiculadas sobre a África, raramente são mostrados os vestígios de um palácio real, de um império, as imagens dos reis e muito menos as de uma cidade moderna africana construída pela próprio ex-colonizador. Geralmente mostram uma África dividida e reduzida, enfocando sempre os aspectos negativos, como atraso, guerras ‘tribais’, selva, fome, calamidades naturais, doenças endêmicas, etc. [Souza, 2012, p.18].

Desta maneira, é preciso destacar que a transmissão de conhecimento sobre a História Africana e Cultura Afrobrasileira constitui uma ferramenta de suma importância no contexto escolar, pois a partir do trabalho pedagógico do educador quanto suas metodologias e conteúdos disciplinares contribuirão para construir uma sociedade mais digna e respeitosa em relação aos assuntos aqui trabalhados.
Os contos africanos serão utilizados como um mecanismo de resgate uma vez que eles permitem compreender a forma de vida destes povos, ao apresentar a língua, a religião, e os valores culturais, bem como suas origens, que encontram muitas vezes de forma implícita em sua história. Por isso, consideramos importante a inserção dessas rodas de leituras, pois poderá contribuir para formação de uma sociedade igualitária e mais justa.

Referências
Emmanuele Vale Silva- graduanda em Licenciatura Plena em História, pelo o Centro de Estudos Superiores de Caxias, da Universidade Estadual do Maranhão CESC/UEMA.  Bolsista Acolher (2019-2020) pela Universidade Estadual do Maranhão CESC/UEMA. 
Jakson dos Santos Ribeiro - Professor Adjunto I, Doutor em História Social da Amazônia pela Universidade Federal do Pará (2018). Mestre em História Social pela Universidade Federal do Maranhão (2014). Especialista em História do Maranhão pelo IESF (Instituto de Ensino Superior Franciscano) (2011). Graduado no Curso de Licenciatura Plena em História da Universidade Estadual do Maranhão (Centro de Estudos Superiores de Caxias-MA) (2011). Coordenador do Grupo de Estudos de Gêneros do Maranhão- GRUGEM/UEMA Coordenador do Laboratório de Teatro do Centro de Estudos Superiores de Caxias – CESC – Campus /UEMA.

BARREIROS, Ruth Ceccon. A literatura infantil Afro-brasileira e a formação leitora no ensino fundamental. Disponível em:
http://alb.com.br/arquivomorto/edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem15/COLE_3659.pdf Acesso em: 18 de abril ,2020.
FELIPE, Delton Aparecido. ENSINO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRICANA EM SALAS DE AULA BRASILEIRA. Disponível em:
http://www.ppe.uem.br/publicacoes/seminario_ppe_2009_2010/pdf/2010/013.pdf Acesso em: 18 abril, 2020.
KABENGELE, Munanga. GOMES, Nilma Lino. O negro no Brasil de hoje. São Paulo: Global, 2006.
SILVA, Maria Érica.  A construção de identidades através do conto africano: Uma abordagem educativa da cultura africana e literária na sala de aula. UREN. 2008.
SOUZA, Solange Gibin Roeles De. Ensino da História e Cultura Afrobrasileira e Africana Através de Contos Africanos. 2012. 53f. Trabalho de pós-graduação (Especialização em Educação) -UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ, UTFPR, Medianeira, 2012.
SOUSA Ângela. Literatura Infanto-Juvenil e Relações Étnico-Raciais no Ensino Fundamental Disponível em:
http://www.pucrio.br/pibic/relatorio_resumo2011/Relatorios/CTCH/EDU/EDU-%C3%82ngela%20Souza%20e%20Patricia%20Sodr%C3%A9.pdf. Acesso em: 18 de abril,2020.

13 comentários:

  1. Olá, Emmanuele Vale Silva e Jakson dos Santos Ribeiro!
    O texto de vocês é muito bom e muito necessário já que se faz urgente trazer para nossas crianças o conhecimento sobre a História do continente Africano para que elas tenham referências além das comumente apresentadas nos veículos de mídia em geral que costumam ser bastante pejorativas. Pensando na lei. 10.639/03 e no seu propósito com a educação, como os contos africanos podem contribuir com o ensino escolar nas matérias que fogem do campo de humanas, como matemática, química e física?

    Eloara dos Santos Cotrim

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    1. Poderíamos trabalhar a partir da interdisciplinaridade, ou seja, pegar elementos específicos de cada área de conhecimento e trazer para dentro dos contos.
      Emmanuele Vale Silva

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  2. Parabéns professores, um texto maravilhoso que nos mostra o quão importante é o uso de contos de matriz africana na nossa formação enquanto cidadãos, que além de nos transmitir muitos conhecimentos, faz com que, muitas vezes enxerguemos o mundo com uma perspectiva diferente, a qual, se repassada de maneira correta, pode ser uma fonte formadora de indivíduos com pensamentos mais críticos e consequentemente uma sociedade geradora de menos conflitos étnico-raciais. Diante disso, seria uma alternativa sábia a inserção massiva não apenas de contos, mas de informações com teor científico para promover uma identidade aos jovens, deixando para trás os estereótipos propostos, tornando possível assim uma redução do preconceito racial em ambientes escolares onde há a existência de jovens com pensamentos relativos a tais questões sem devida fundamentação, como por exemplo no ensino fundamental e médio?
    Att.
    Pedro Ícaro Pereira Álvares

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    1. Poderia ser uma boa alternativa, mas acredito que os contos africanos proporciona uma leitura que envolve a expressividade do cotidianos dos leitores e de curta duração facilitando a compreensão dos alunos. Então, seria o momento de sair um pouco de uma aula mais tradicional e trazer essas questões a partir de uma leitura mais simples.
      Emmanuele Vale Silva

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  3. Parabéns aos autores pelo texto! Uma discussão bastante válida tendo em vista que os contos de fadas não trazem representatividade para crianças negras. Trazer os contos africanos é de extrema importancia para criação dessa identidade, como dito no texto de vocês. Fiz parte do PIBID e nós levavamos contos africanos em forma de teatro para escolas, os alunos ficavam encantados! Porém, tivemos casos por exemplo, de uma aluna que se recusou assistir alegando que ''os pais falavam que orixás eram do demônio''. O preconceito muitas vezes começa dentro de casa e a escola tem o difícil papel de deconstruir. Dito isso, gostaria de saber se vocês acham que é possível através dos contos quebrar preconceitos como o exemplo dado, mesmo que este preconceito venha de casa e seja tão enraízado. E se esse preconceito vier da escola também, como podemos contornar essa situação?
    Mais uma vez, parabéns pelo excelente texto!
    Bruna Andrade

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    1. Os contos africanos tem sido um ótimo recurso para se trabalhar o preconceito em sala de aula principalmente por apresentar uma linguagem mais fácil, de apresentação curta e por trazer elementos do cotidiano por exemplo trabalhamos com contos que trazem as brincadeiras africanas e os alunos puderam perceber que são as mesma que eles já brincaram, nesse sentido os contos é um recurso muito importante na quebra de preconceitos. Ainda não nos deparamos com preconceito vindo das escolas, todas as escolas trabalhadas receberam o projeto com grande entusiasmo justamente pela necessidade de ser trabalhado desde cedo com as crianças o conhecimento sobre o continente africano e como os contos podem ajudar na quebra de preconceito e na construção da identidade dos alunos.
      Emmanuele Vale Silva

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  4. Parabéns Emmanuele e Jakson pelo texto!
    Os contos africanos possibilitam que as crianças tenham contato com outras culturas ou que se sintam representados nela. A formação de professores para educação infantil e séries iniciais precisam atentar e pautar para a cultura africana e afro-brasileira. Como a pesquisa é desenvolvida em escolas, pergunto como é a receptividade dos professores? E se estes já tem em seu planejamento atividades com contos africanos?
    Atenciosamente,
    Renilda Vicenzi

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    1. Receptividade é muito grande tanto das escolas como dos professores porque sentem a necessidade de ser trabalhado desde cedo com os alunos os conteúdos sobre a Africa e de participarem de atividades que possam estimula-las a conhecer, reconhecer e valorizar os diferentes grupos
      étnicos-raciais. Fiquei muito feliz em encontrar professoras que já trabalhavam com contos africanos e que muitos alunas negras se reconheciam nessas historias, a partir disso muita curiosidade foi despertada nos alunos em conhecerem mais sobre África e o que deixaram no Brasil.
      Emmanuele Vale Silva

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  5. Larissa Maria dos Santos Baia20 de maio de 2020 às 22:29

    Caros (as) autores (as), parabenizo pela produção e pelo tema dissertado, que tem uma importância ímpar, tendo em vista que a educação infantil é um dos pilares para a formação de um sujeito que valoriza e reconhece a diversidade étnico-racial de sua sociedade e a importância desta para construção da história brasileira. Além disso, a relevância dos contos africanos para a formação da identidade já que as representatividades contidas nestas histórias incentivam as crianças negras a se reconhecerem como agentes da História. Desta forma, como podemos transpor os muros das escolas para que os contos possam ser também desenvolvidos nos espaços não formais?

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    1. Essa é uma das questões que ainda estamos trabalhando dentro do projeto. As atividades desenvolvidas estão no canal de comunicação do Grupos de Estudos de Gêneros no Maranhão coordenado pelo Prof°/ Dr. Jakson dos Santos Ribeiro. Também estamos produzindo jornais informativos para serem distribuídos para que mais pessoas possam ter acesso ao projeto fora da escola assim como a produção de peças teatrais sobre os contos.
      Emmanuele Vale Silva

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  6. Boa noite. Eu realizei um trabalho semelhante no município de Ananindeua no Pará, levei mito de orixás a alunos do sexto ano. A recepção dos alunos ao mesmo tempo que se mostra satisfatória, entra em alguns momentos em contato com racismos e preconceitos presentes na sociedade. Sendo assim, como veicular esses mitos e não dar margem a esse tipo de situação ou como trabalhar esses temas em um período de aula tão curto como duas aulas? Até porque sabemos a demanda dos outros conteúdos a serem trabalhados e a carga horaria. Gostaria de perguntar também em que estado e cidade esse trabalho foi realizado? Porque não pude perceber tanta aceitação no caso dos professores, e menos ainda da direção que era cristã, tenho certeza que o projeto só passou por ausência de leitura. Sendo assim, gostaria de pedir pra que compartilha-se um pouco mais destas experiências que se fazem tão próximas a um trabalho por mim realizado. Aguardo a resposta.

    Adriana Moura Soares.

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  7. Olá Emmanuele! Sinto a necessidade de iniciar meu comentário com uma parabenização... Seu texto é muito enriquecedor e muito válido para o contexto. Realmente eu acredito que a inserção de contos africanos na educação infantil é muito importante. Importante tanto para as crianças negras, possibilitando o encontro de uma representatividade nos personagens e evitando o sentimento de exclusão e inferioridade que podem ser passados pela padronização branca eurocentrista, quanto para as crianças brancas, que possam ver o negro com respeito e não tenham uma visão dele apenas como aquele povo escravizado, que passa por dificuldades, etc. Gostaria de saber como esses contos são trabalhados dentro da sala de aula... Quais metodologias são usadas? É perceptível alguma mudança nessas crianças a curto prazo? Se sim, quais?

    Abraços
    José Luzilton Bezerra Júnior

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