DA AUSÊNCIA NA FORMAÇÃO
INICIAL AO CHÃO DA SALA: AS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS PROFESSORES DA
EDUCAÇÃO BÁSICA EM CAXIAS/MA NA APLICABILIDADE DA LEI 10.639/2003 NO ENSINO DE
HISTÓRIA
A realização desta pesquisa teve como
objetivo principal diagnosticar diante do universo da educação básica, mais
especificadamente a concepção que os professores de história possuem acerca da
lei 10.639/03, como também, capturar a partir de suas práticas pedagógicas os
sentidos e significados acerca das questões étnico-raciais dentro do contexto
escolar e as relações estabelecidas a partir do ensino da história.
Ao analisarmos a questão de gênero, levamos
em consideração quais os desafios, que homens e mulheres, na condição de
professores, enfrentam para constituir dentro da sala de aula atividades
pedagógicas condizentes ao que preconiza a lei. A partir das respostas,
notou-se que não existe diferenciação, pois as dificuldades e os desafios são
os mesmos diante da necessidade de inserir ações pedagógicas que possibilitem
uma ampliação e compreensão das questões relacionadas à África, a importância
do negro na história do Brasil.
Essas dificuldades apresentadas pelos
professores da Educação Básica só evidenciam que dentro da formação inicial
existem lacunas que precisam ser preenchidas, quanto a uma base teórica mais
estabelecida e também percursos metodológicos que norteiam ações dentro da sala
de aula, onde tanto o professor, quanto o aluno possam estabelecer
aprendizagens ao que se refere a Lei 10.639/03.
Conforme Munanga (2005), a ausência dentro da
formação inicial relacionada a história da África e a cultura do negro no
Brasil torna-se uma problemática, pois o docente encontrará desafios para fazer
presente no ambiente da sala de aula, quanto a implementação da Lei. Nesse
sentido, o docente terá enfrentamentos quanto ao desenvolvimento de discussões
mais afiadas que direcionem para um maior debate acerca de questões como a
democracia racial, racismo e a igualdade e respeito relacionado aos aspectos
étnico-raciais.
“[...] Todos admitem que a formação docente é
um ponto nevrálgico e toda reforma de ensino que pretende produzir efeitos
duradouros e que, sem a sua adequada solução, qualquer mudança estará limitada,
quando muito, a resultados efêmeros. Nessa perspectiva, acredita-se que o
sucesso ou o fracasso das reformas dependerão, em última instância, do nível de
convencimento e transformação dos docentes” [Mello e Rego, 2002, p. 9].
Destarte, deve-se levar em consideração que a
atuação do professor torna-se crucial, ainda que esta não venha a ser
exclusiva, tem um fator determinante para que as discussões e a ampliação
delas, relacionadas a valorização da história da África e do negro, possam ser
inseridas no cotidiano escolar e na vida desses alunos com maior eficiência,
por isso é importante que o professor tenha em sua formação inicial o contato
com questões relativas ao contexto africano e as dimensões fora dele.
Neste sentido, existe uma normativa que
conduz, que direciona o professor a se inserir dentro das prerrogativas que
estabelecem o ensino de história da África e cultura afro-brasileira como ponto
de referência no contexto de obrigatoriedade da Lei. No caso, temos um parecer
do Conselho Nacional de Educação em que apresenta tal prerrogativa:
No artigo 13, § 2º, lê-se:
“Os cursos de formação deverão garantir nos
currículos conteúdo específico da respectiva área de conhecimento ou
interdisciplinares, seus fundamentos e metodologias, bem como conteúdos
relacionados aos fundamentos da educação, formação na área de políticas
públicas e gestão da educação, seus fundamentos e metodologias, direitos
humanos, diversidades étnico-racial, de gênero, sexual, religiosa, de faixa
geracional, Língua Brasileira de Sinais (Libras), educação especial e direitos
educacionais de adolescentes e jovens em cumprimento de medidas
socioeducativas” [Brasil, 2015b, p.11].
Desse modo, reformas curriculares que já vêm
acontecendo devem ser ampliadas cada vez mais, para lidar e servir de
embasamento para os professores. Em vista disso, torna-se salutar considerar,
dentro da dimensão escolar, a existência de docentes que apresentam ausência ao
que se refere a uma base teórica consistente ao tocante as questões da África e
do negro, relacionado ao ensino de história.
O município de Caxias-MA, possui
profissionais que são frutos ou mesmo vivenciaram o contexto de democratização
a partir da implementação da Lei 10.639/03, abrindo possibilidades para se
fazer conjecturas para que se entenda que estes docentes tiveram em sua formação
inicial discussões mais ampliadas acerca da África e suas singularidades.
A porcentagem de professores que buscaram
formação acerca da história da África e cultura afro-brasileira, revela que
estes estão preocupados em garantir que os seus alunos e o ambiente escolar, no
qual fazem parte, estejam inseridos nas discussões que buscam valorizar e
reconhecer a importância da cultura africana e mais especificamente, a própria
dimensão sociocultural referente ao negro.
Nessa dimensão, o contato dos professores com
as discussões alinhadas ao contexto da África e uma base teórica que fomente
reflexões nesse viés, tornam-se uma via relevante para que os alunos construam
percepções de valorização ao negro, como também aos sujeitos que são
considerados afrodescendentes, visto que trata-se de uma realidade que se
estabelece como prerrogativa, quando se trata do cenário brasileiro. Assim, ao
perceber que os professores da rede municipal de ensino estão direcionando,
dentro do seu cotidiano, momentos de aprendizagem acerca da África, podemos
considerar o quão tais sujeitos identificam a importância da Lei e também o
protagonismo do negro no contexto da história do Brasil.
Seguindo a premissa de que existe um
quantitativo de professores que não buscam incrementar em sua formação
elementos que preconizam as características da Lei, lançamos um questionamento
para buscar identificar se esses profissionais conhecem os objetivos traçados
pela Lei, que estabelece a obrigatoriedade de instituir o ensino de história e
cultura afro-brasileira no currículo da Educação Básica.
Diante das respostas dadas pelos
profissionais, é certo afirmar, que um número representativo de professores
sabe do que estabelece a Lei, bem como a importância desta para a educação no
município.
Desse modo, Almeida e Saravali [2015]
corroboram que:
“[...] a valorização da diversidade
étnico-racial brasileira e o reconhecimento da grande contribuição africana na
formação de nossa identidade cultural só poderão acontecer a partir da
desconstrução dos inúmeros estereótipos preconceituosos existentes no meio
social e por meio do cultivo de valores afetivos e morais que possam fortalecer
as relações interpessoais entre os povos de diferentes origens étnicas”
[Almeida e Saravali, 2015, p.15].
Dessa forma, estabelecer dentro da prática
cotidiana do professor motivações formativas se tornarão significativas para
que os mesmos possam disseminar discussões para um número representativo de
discentes, onde os mesmos se tornarão multiplicadores de valores e percepções sobre
o continente africano, o negro e o seu protagonismo de fato e de direito na
história do país, pois a via de acesso a esse aspecto se dará pela construção
de sujeitos que respeitem acima de tudo as diferenças, concebendo-as como
naturais na realidade político-social do Brasil.
Visto isso, questionou-se aos professores,
sujeitos dessa pesquisa, qual a importância do ensino de história da África e
cultura afro-brasileira em sala de aula e como eles avaliam a inserção destes
conteúdos para realidade do aluno.
As respostas demonstraram o quanto os
professores compactuam com o reconhecimento e a importância que tem a ampliação
de conteúdos voltados para a história da África e cultura afro-brasileira.
Consoante a essa questão, a escola deve ser um ambiente propício para que
juntamente com esse professor, se crie um ambiente receptivo à valorização e
reconhecimento do papel do negro dentro das estruturas sociais e econômicas,
pois se estabelecerá um vínculo de apoio de forma coletiva para o
desenvolvimento de práticas pedagógicas em torno dos eixos norteadores, que
preconiza a Lei.
Nesse compasso, buscou-se identificar nesta
pesquisa como a escola, no espaço geográfico do qual lançamos nosso olhar, está
contribuindo para o desenvolvimento de ações que busquem valorizar o que
norteia a Lei. Assim, dentro “[...] dessa ação, o professor ao comunicar-se com
o aluno o faz não apenas de maneira a trabalhar a capacidade de aprender de
cada indivíduo, mas sim, com a habilidade coletiva de receber a comunicação e
transformá-la em significação” [Silva, 2015, p. 50].
Dessa forma, das respostas apresentadas,
notou-se que a escola apresenta três percepções acerca do processo de
valorização da história e cultura do negro. A primeira se dá em apresentar
atividades que reforçam estigmas de forma negativada sobre como conceber e
valorizar a cultura do negro, colocando alunos e alunas com vestimentas e
acessórios que reproduzem sentidos e significados que inferiorizam a maneira de
compreender o que realmente se trata da cultura da África. Nessa perspectiva:
A ação docente sozinha não consegue lutar
contra o que está enraizado, fixado nos pilares da sociedade. Temos ciência que
a academia hoje, por meio de pesquisas e trabalhos relacionados à perspectiva
étnico-racial e as diversidades, almeja uma transformação social. Mas devemos
nos ater no ideário que, somente através da teoria não se pode alcançar os
objetivos elencados pela lei [Silva, 2015, p. 54].
Outro aspecto capturado a partir das
respostas dadas, direcionam a identificar a percepção que a escola ainda possui
acerca das ações pedagógicas sobre a maneira de perceber e valorizar a África,
a história da África, o negro e a história do negro no Brasil.
“A escola e seu currículo são impelidos, na
atualidade, a incluir tal discussão não só na mudança de postura dos
profissionais da educação diante da diversidade étnico-racial, como também na
distribuição e organização dos conteúdos curriculares; para tal, será
necessário o investimento na formação inicial e continuada dos professores”
[Gomes, 2008, p. 78].
Nesse sentido, mesmo sabendo da necessidade
de inserção no cotidiano escolar sobre as questões étnico-raciais e a lei
10.639/03, nota-se que existe ainda um número representativo de escolas que não
apresentam atividades de grande envergadura quando se trata de comemorações do
mês de novembro, o que revela que existe a necessidade de se buscar fomentar
dentro da escola mais estímulos, para que assim esta materialize em seu
cotidiano um cenário propício para que professores, alunos e comunidade em
geral, sejam tocados pela necessidade de instituir um ambiente receptivo às
inúmeras possibilidades de valorizar a cultura do negro e a sua importância na
construção identitária da realidade brasileira.
Além disso, questionamos ao grupo
participante desta pesquisa quais as dificuldades encontradas por eles no
planejamento de aulas sobre o ensino da história da África e a cultura
afro-brasileira na sala de aula, para assim sabermos os enfrentamentos quanto
ao desenvolvimento de estratégias metodológicas para inserir na da sala de aula
questões relacionadas ao que estabelece a lei no campo da história. Ao que se
refere aos professores, esses se posicionaram afirmando a existência de muitas
dificuldades para planejar e criar ações pedagógicas na sala de aula.
O Entrevistado 03, afirma que o “material
didático escasso, falta de espaço no calendário da escola para trabalhar de
fato a história da África, e falta de interesse dos professores, e compreensão
dos colegas”. Isso revela que a dimensão escolar, como também o próprio
conjunto de recursos didáticos, ainda são indicadores de barreiras a serem
desconstruídas para que se evidencie de forma mais natural possibilidades de
interação com os aspectos que regem a lei. Ratificando o grau de dificuldade
citado anteriormente, o entrevistado 07 menciona que “o grande problema é que
não existem fontes suficientes de pesquisa e didáticas para serem trabalhadas
em sala de aula, bem como só se dá visibilidade a essa parte da História no
período que se comemora a consciência Negra”.
Nesse caso, pode-se mencionar que a
obrigatoriedade advinda da lei não possibilita que se constitua dentro do
espaço educacional um cenário de possibilidades e/ou facilidades, para que se
trabalhe de maneira pedagógica os critérios mencionados por esse aparato legal.
Seguindo essa premissa da realidade educacional, outro entrevistado demonstra
de maneira mais exemplificada quais os enfrentamentos do professor da Educação
Básica, no caso do ensino de história se depara quando os mesmos necessitam
criar ações pedagógicas voltadas para o que determina a Lei. Assim, a
entrevista menciona:
“Seriam o material didático escolar que não
auxilia o professor (livros, recursos tecnológicos que não possui na escola). E
a direção escolar que não incentiva práticas ligadas à cultura afro brasileira
limitando o professor a desenvolver apenas recortes de imagens e biografias
sobre personagens negros relevantes para o mundo e conceitos sobre o dia 20 de
novembro. Aliás quero citar que já lecionei em escola em que a direção proibiu
que (eu) falasse sobre as religiosidades de matrizes africanas, pois isso seria
uma incitação aos alunos para que seguissem determinada religiosidade. Essa
proibição segundo a direção da escola seria por causa do pastor da comunidade
(local onde a escola situa -se) que proibia que os seus fiéis que ali estudavam
não participassem de atividades ligada à religiosidade afro pois seria uma
incitação aos seus fiéis (alunos evangélicos), logo 50% da população da comunidade
são protestantes. E a direção da escola com receio de atritos com o pastor
pediu para que não me aprofundasse sobre religiosidades de matrizes africanas.
Aliás no dia de eventos de comemoração de consciência negra na escola os alunos
protestantes não participam de atividades ligadas à religiosidade afro”
[Entrevistado 02, 2019].
Ainda sobre essa questão, notou-se que
professores e alunos, sujeitos que estão na linha de enfrentamento da
materialização daquilo que estabelece a lei, precisam se adequar a uma
realidade de ausências, mesmo o docente, mediador desse processo buscando
inserir na sua formação base teórica para que possam criar condicionamentos de
efetivar uma ampliação e democratização do conhecimento acerca da África e da
cultura afro-brasileira, as dificuldades ainda persistem. Assim, não se busca
afirmar que o docente seja incapaz de lidar com tais situações, porém, no que
concerne as discussões em torno do âmbito religioso da cultura africana e
afro-brasileira, verifica-se que lidar com essas questões ainda é um fator
desconfortante para o professor, escola e alunos.
“As pedagogias precisam estar atentas para
que todos, negros e não negros, além de ter acesso a conhecimentos básicos
tidos como fundamentais para a vida integrada à sociedade, exercício
profissional competente, recebam formação que os capacite para forjar novas
relações étnico-raciais. Para tanto, há necessidade, como já vimos, de
professores qualificados para o ensino das diferentes áreas de conhecimentos e,
além disso, sensíveis e capazes de direcionar positivamente as relações entre
pessoas de diferente pertencimento étnico-racial, no sentido do respeito e da
correção de posturas, atitudes, palavras preconceituosas. Daí a necessidade de
se insistir e investir para que os professores, além de sólida formação na área
específica de atuação, recebam formação que os capacite não só a compreender a
importância das questões relacionadas à diversidade étnico-racial, mas a lidar
positivamente com elas e, sobretudo criar estratégias pedagógicas que possam
auxiliar a reeducá-las” [Brasil, 2004, p.8].
Em evidência ao que estabelece as diretrizes,
existe a construção de um ideal e um real, pois os caminhos estabelecidos para
o norteamento das práticas pedagógicas, devem ser voltados para atendimento a
todas as diferenças. Assim, conforme pontuam as diretrizes, há uma necessidade
de que se prepare professores para que alcancem variadas áreas de conhecimento
e que sejam sensíveis ao ponto de enfrentarem as dificuldades no campo das
relações étnico-raciais presentes na escola, mas também é importante que os
professores estejam prontos para lidarem com as questões e posturas
preconceituosas, por meio de ações pedagógicas efetivas.
Considerando a fala dos entrevistados, entre
desafios e possibilidades da efetivação da Lei, nota-se que os professores vão
criando suas próprias estratégias, a partir do que ele considera como possível
de realizar em vista das dificuldades. Isso pode ser apresentado nas
considerações do Entrevistado 15:
“Na escola tem pouco material sobre o
assunto, mas há a busca através de outras fontes para que possamos fazer esse
planejamento. Mas não há um grande interesse por parte de alguns sobre o
assunto para assim dar continuidade na prática de ensino, mas há o trabalho com
as datas comemorativas como Dia Nacional da Consciência Negra, a própria Lei
10.639/2013. Através dessas datas trabalha-se em sala de aula e durante alguns
meses preparamos material e aulas cujo resultado é a culminância do projeto no
mês de novembro” [Entrevistado 15, 2019].
Nesse sentido, a fala apresenta como o
docente busca diante do desafio de ensinar as prerrogativas do que orienta a
Lei, estabelecer um planejamento pedagógico, como também material didático que
venha a oferecer ao aluno acesso às dimensões histórico-cultural, mas não se
pode deixar de apontar a angústia dos docentes quando se depara com o desafio
de inserir em suas aulas de história atividades relacionadas a Lei 10.639/2013.
Corroborando com essa questão, Martins
(2005), salienta que a ação mediadora dentro do fazer pedagógico, revela um
sinal de preocupação e concepções de como traduzir dentro da sala de aula
conceitos e as dimensões das possibilidades que se pode ter diante daquilo que
é problematizado. Assim, ao se deparar com a postura com tais características,
se identifica um docente com um posicionamento reflexivo, como também
interligado com o desejo de conhecer, descobrir, despertar e construir no
ambiente da sala de aula relações democráticas e acima de tudo, de respeito à diversidade
e suas particularidades.
Por essa ótica, questionamos com a pesquisa
com os professores da Educação Básica, quais estratégias consideravam
relevantes para o desenvolvimento dentro da sala de ações didático-pedagógicas,
que pudessem ser elo com a Lei e a cultura africana e afro-brasileira. Nesse
compasso, as respostas dos professores foram nos revelando como os mesmos
desenvolvem o seu fazer pedagógico no ambiente da sala de aula, em especial nas
aulas de história. Visto isso, o que ficou latente nas respostas dadas pelos
professores diz respeito ao processo de aceitação, pois consideram como
acentuada a formação teórico-metodológica desses profissionais, uma vez que,
isso é uma ponte para o diálogo com a Lei. Por esse viés, o planejamento didático-pedagógico
vem sendo elaborado com um representativo esforço, mesmo tendo o professor
poucos recursos à sua disposição.
Nesta pesquisa, identificamos que a formação
inicial ainda necessita de adequações quanto ao processo teórico-metodológico,
pois ainda não conseguem estabelecer um diálogo com a realidade escolar, visto
que, os professores encontram muitos desafios para desenvolver ações
didático-pedagógicas que comungue com os elementos orientadores da Lei
10.369/2003.
Referências
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e Planejamento Escolar pelo Instituto de Ensino Superior Franciscano (IESF),
Graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual do Maranhão-UEMA, Bacharel em
Direito no Centro Universitário de Ciências e Tecnologia do Maranhão
(UniFacema) e membro do Grupo de Estudos de Gêneros do Maranhão (GRUGEM).
Caxias – Maranhão.
RIBEIRO, Jakson dos
Santos. Professor Adjunto I da Universidade Estadual
do Maranhão- CESC/UEMA. Coordenador do Grupo de Estudos de Gêneros do
Maranhão- GRUGEM. Doutor em História Social da Amazônia – UFPA.
Mestre em História Social-UFMA. Especialista em História do Maranhão –IESF.
Graduado em História - UEMA. E-mail: noskcajzaionnel@gmail.com
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Parabéns aos dois pelo texto e pelo foco no município de Caxias/MA Infelizmente a aplicação da lei 10.639/03 ainda carece no Brasil de um amparo maior aos docentes. Os cursos de formação implementados após a promulgação da lei foram escasseando em algumas localidades e perdendo fôlego com o passar do tempo. Mas dentro da pesquisa de vocês gostaria de saber qual a opinião de vocês sobre o papel do currículo do ensino superior na formação desse docente no que diz respeito a aplicação da lei 10.639/03 ???
ResponderExcluirMarcos José Soares de Sousa
Prezados Ronnie Silva e Jackson Ribeiro,
ResponderExcluirPrimeiramente gostaria de parabenizá-los pelo excelente trabalho. É de grande importância no âmbito da discussão sobre lei 10.639/2003 tratarmos também sobre a formação dos profissionais da educação, aspecto que por vezes acaba sendo colocado à escanteio. Para que esta lei seja cumprida em sua integralidade, é fundamental que os professores, não apenas da História, tenham uma base de conhecimento para poder produzirem atividades e levarem os alunos a refletirem sobre os modelos eurocentristas de nossa sociedade, como se apenas este fosse o verdadeiro e correto.
Gostaria de compreender qual foi a metodologia de análise que vocês empregaram nesta pesquisa. Foram entrevistados quantos professores? Apenas da rede pública? Por que? O que lhes instigou a pesquisar sobre o tema e entrevistar professores? Em um certo trecho do texto, vocês colocam: "A porcentagem de professores que buscaram formação acerca da história da África e cultura afro-brasileira revela que estes estão preocupados em garantir que os seus alunos e o ambiente escolar, no qual fazem parte, estejam inseridos nas discussões que buscam valorizar e reconhecer a importância da cultura africana e mais especificamente, a própria dimensão sociocultural referente ao negro." De quanto é esta porcentagem a que se referem?
Seria interessante também que explicitassem que tipo de atividades os professores da rede de básica de ensino estão propondo aos seus alunos para garantir momentos de aprendizagem acerca da África, da importância da lei 10.639/2003 e também o protagonismo do negro no contexto da história do Brasil, como uma forma de compartilhar experiências e exemplos para outros professores. Fiquei interessada em saber, para quem sabe também realizar esta experiência em minha sala de aula.
Desde já agradeço a atenção.
Clara Maria da Silva.