Rejane Aparecida Rodrigues Candado e Fábio da Silva Sousa


DECOLONIALIDADE E DIFERENÇAS NO ENSINO DE HISTÓRIA


As considerações e problematizações que apresentamos neste texto é parte de nossas reflexões sobre as práticas pedagógicas e o ensino de história, enquanto professores das disciplinas de Práticas de Ensino em História e História da América, no curso de História na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Nova Andradina. Dentre as inúmeras possibilidades de abordagens, buscamos interlocuções com os autores dos Estudos Culturais, do Grupo Modernidade Colonialidade e o do Campo do Currículo, com o objetivo de chegar as respostas que temos buscado, no sentido de aproximar as expectativas das diversidades em salas de aula, que aos poucos proclamam sua existência, trazendo ao cerne, questões inadiáveis como: representação, etnicidades, preconceitos, violências, lugar de fala, dentre outras, nos interpelando como sugere Carlos Skliar [2003]:“E se outro não estivesse aqui?”.

E, o Outro está aqui. Especialmente nos cursos de formação de professores, resultando uma decisão política ao adentrar nos cursos de licenciaturas, muitas vezes movidos pelo desejo de fazer parte do projeto de educação pública do ensino superior, e posteriormente buscar um lugar no mercado de trabalho, na carreira do magistério. São em maioria estudantes de escolas públicas, jovens, mulheres, negros, lgbtqi+, camponeses, entre outros.  Aproximar essas distintas identidades, realidades e intensidades, de um projeto curricular ainda marcadamente monocultural, fragmentado, disciplinar, buscando criar situações problematizadoras que de algum modo conecte a vida dos estudantes a vida universitária, é um dos desafios colocados aos docentes dos cursos iniciais de formação de professores.

Ao mencionar o aspecto tradicional do currículo, não pretendemos fixar o referido curso, num lugar congelado, ao contrário, as experiências recentes, tem evidenciado como as relações construídas a partir da presença das diferenças sociais, culturais, étnicas e de gênero tem, de alguma forma, possibilitado a abertura de novos olhares, e epistemologias, expressões culturais e sentidos a universidade e ao currículo. O reconhecimento aos saberes dos diferentes sujeitos, pondera Arroyo [2011] ao refletir sobre o a formação de professores, docência e currículo, enquanto direito ao trabalho, que é inerente a condição humana, não apenas como necessidade de viver, mas como matriz de nossa humanização, aproximando o trabalho de uma visão pedagógica. Neste sentido, pensar no currículo não apenas como empregabilidade, mas incorporar os saberes do trabalho no currículo, tornando professores e estudantes a saber em sujeitos de direitos, atribuindo outra densidade política e pedagógica.

Quando chegam à universidade os diferentes sujeitos trazem uma longa experiência de vida escolar, estão mobilizados para o ingresso na docência, e precisam conhecer a dinâmica, as relações de trabalho, os direitos, os direitos aos saberes e o tempo de formação, a dimensão política, as relações humanizadoras e até mesmo as relações desumanizadoras do trabalho docente, o que poderá ser aprendido nas lutas pelo trabalho, como pondera Arroyo [2011].

São questões importantes para problematização da organização curricular, pois, todo currículo, segundo Silva [2007], tem suas intencionalidades, e justificativas para decidir, o que e como deve ser ensinado. Essas questões remetem para um posicionamento sobre o currículo, aqui entendido como produto das relações de poder, remete a escolhas, decisões, fortalece um tipo de identidade ou subjetividades, indagando sistematicamente o porquê de um conhecimento em detrimento de outro. Como averte o autor: saber, poder e identidade estão indissociado no currículo pós-crítico.

Partindo dessa premissa, ao pensar a sala de aula como espaço do encontro das diferenças culturais, étnicas, de gênero, e outras, e destas com o currículo nos cursos de formação de professores, questões trazidas por Arroyo [2011] como o preparar para tem merecido mais destaque sobre o saber sobre o trabalho docente, que para o autor tem mais sentido dominar os saberes sobre o trabalho docente, que o preparar no sentido lato, como domínio do que e como ensinar. Como se todo aprendizado para a vida docente tivesse que ser adquirido antes do emprego, e na perspectiva do trabalho, o acadêmico tem contato com inúmeras relações de trabalho, inclusive na escola, primeiro como estudante, depois como estagiário, pibidiano, residente, ou como pesquisador nos programas de iniciação a pesquisa.

As experiências oportunizadas nesses projetos ou programas contribuem para pensar nos limites e desafios do ensino de história para além das práticas reprodutivistas, e fortemente enviesadas pelos conteúdos curriculares oficiais, que muitas vezes primam pela quantidade de temáticas a serem desenvolvidas ao longo do ano letivo.  Pensar no ensino de história que faça sentido ao discente em formação, ao reflexionar sobre as proposições do saber a ser ensinado, que ensina, porque ensina ou não, colocando-o como parte constituinte de sua formação.

Muitas questões atravessam a educação na atualidade, a exemplo: como as múltiplas identidades se veem nesses currículos? Como as escolas trabalham com as diferenças étnicas? Como a partir de um referencial monocultural, pensar em práticas que valorizem os diversos sujeitos e suas especificidades? Quais práticas e temáticas podem corroboram para a produção de currículos outros, como propõe Walsh [2016] ao pensar o movimento político, pedagógico, intercultural que posiciona os sujeitos envolvidos na educação para que produzam caminhos outros, não no sentido da oposição entre os processos colonizadores e de colonialidade em suas intencionalidades e estratégias políticas, culturais e outras, mas de refletir sobre as existências e resistências epistemológicas decoloniais que resistiram ao silenciamento e a invisibilidade ao longo de nossa história colonial e pós colonial.

Neste sentido, não seriam novos currículos, ou alternativas curriculares, como num crescente da reflexão moderna, senão currículos outros permeados por histórias, e trajetórias outras, não reconhecidas pelo pensamento hegemônico moderno. Os currículos outros, pedagogias outras, conhecimentos outros, filosofias outras é o outro, não desconhecido, mas ignorado pela academia, que pela força de suas epistemologias   sobreviveram as relações de poder, ser e saber eurocêntrico.

Dialogar com as múltiplas identidades em um curso de formação inicial de professores, é também estar imbricado nesse processo do formar-se e tornar-se profissional, pesquisador, pesquisadora, professor, professora, ao conhecer e reconhecer o processo histórico do ensino de história e da educação, enquanto sujeitos pertencentes, refletivos de sua formação. Inspirados em Walsh ao refletir sobre sua postura enquanto intelectual militante “Isso significa por um lado, engendrar um pensamento a partir e com a produção do conhecimento no plural - do Sul, com e a partir de seus atores/pensadores, e pensar a partir de com o processo social, político. Cultural e epistêmico e baseado na vida de luta, movimento e mudança no continente e na região andina, tornando evidente o lugar de compromisso e enunciação de si mesmo”. [Walsh, 2016, p.69].

Esta perspectiva teórico-metodológica é novidade, pois há pouco, esses diálogos tem chegado aos rincões do sul da América, distantes dos conhecidos centros de produção do conhecimento nos pequenos centros acadêmicos resultados das políticas de expansão das universidades públicas em todas as regiões do Brasil, e que nos últimos anos tem recebido um número crescente de populações oriundas das escolas públicas, das cidades, campos e aldeias.

Acolher as múltiplas identidades no espaço acadêmico e construir nele um sentimento de pertença para além do “agora você pertence ao um grupo seleto”, ou “entrou, agora vamos ver é formar”, e tantos outros jargões comuns aos calouros. Quando muitos estudantes dizem: “este lugar não é para mim”, e tantas outras manifestações que seus corpos comunicam, através do silêncio, nervosismos. Acolher para dizer esse lugar também é seu, a universidade precisa refletir as diferentes concepções de conhecimentos, saberes, expressões e linguagens.

Assim como Walsh [2007; 2016] temos buscado observar, e dialogar sobre as brechas e fissuras, apesar dos nossos olhares marcadamente afetados pela herança colonial, entendendo-as como movimentos e ações desestabilizadoras, que provocam incômodos, desconfortos em nossos fazeres e saberes, enquanto docentes e discentes. Essas brechas e fissuras, temos aprendido com os educadores indígenas, não são práticas excepcionais, ou iluminadas, mas carregam em seus movimentos a potencialidade de transformações das relações, dos modos de pensar, fazer, aprender, e ensinar, que aqui são compreendidas como políticas e práticas decoloniais.

Diversos autores aproximam os conceitos de interculturalidade e políticas decoloniais, pois ambos reconhecem a importância de questionar o processo histórico que relegou a invisibilidade e a subalternidade o lugar das diferenças étnicas, culturais e gênero, enquanto projeto de poder. Ao tempo em que a interculturalidade crítica sustenta que as sociedades democráticas só podem ser reconhecidas como tal, pela incorporação das diferenças culturais, evocando políticas de valorização, e empoderamento daqueles que foram historicamente relegados. [CANDAU, 2012, p.06].

Neste sentido, voltamos o olhar sobre nossas práticas pedagógicas, entendendo como práticas a composição curricular, conteúdos, linguagens e abordagens, para refletir se as mesmas expressam ou carregam expectativas de um esforço intelectual e político no empreendimento de relações outras, entre estudantes, docentes e currículos. Relações essas capazes de fortalecer as identidades, produzir um sentimento de pertença, de autoria no processo formativo.

Relataremos algumas experiências, que não resultam de uma sequência contínua, enquanto ordenamento curricular, são por vezes, momentos de interlocução, interpelações, brechas, conversas de corredores, e diálogos contagiantes, que nomeamos de práticas pedagógicas por continuar ecoando, momentos prazerosos e intensos de aprendizagens.

Cena 1. A experiência de autoria na construção da semana de Arte e História, realizada no final de 2019, onde os estudantes provocaram a realização do evento, que posterior acolhida dos professores, iniciou debates sobre os contornos, objetivos, viabilidade, metodologia horizontalidade, convidados, infraestrutura, condução das atividades, desenvolvimento e avaliação.  Decidiu-se pela realização de oficinas de arte, culminando com rodas de conversas sobre as oficinas, nos quais oficineiros, professores das escolas públicas, acadêmicos, e professores da universidade compartilharam conhecimentos em um círculo. Destacamos que o envolvimento dos estudantes e dos convidados foi marcante, pois eram autores do projeto desenvolvido, especialmente os acadêmicos que na avaliação do evento, realizado num momento posterior, expressaram contentamento com a aprendizagem, que todo o processo proporcionou.

Cena 2. Ao apresentar o programa de aulas, no início do semestre e problematizar sobre as escolhas realizadas, de autores e metodologias, relacionando aos desafios da escola contemporânea, tão conhecida por todos, e chamar atenção para o processo de formação da licenciatura. Partir da realidade da educação e escolas brasileiras para delinear a proposta do percurso a ser percorrido ao longo do semestre. A intenção é a desconstrução de currículos fixos e cumulativos, promovendo abertura para outras leituras.

Cena 3. Realização de aulas de vivência através dos Projetos de Ensino. A possibilidade de conhecer novas realidades, e espaços formativos como museus, centro de documentação, comunidades indígenas e quilombolas, no campo e nas cidades, assim, como feiras, tem contribuído para aproximação de vínculos entre a comunidade acadêmica, o despertar para iniciação a pesquisa, e no desenvolvimento dos estágios supervisionados, assim como, nos trabalhos de conclusão de curso. Por ser em sua grande maioria estudantes trabalhadores, muitos tem a oportunidade de conhecer o entorno, e sua diversidade cultural, histórica e étnica, conversando com membros das comunidades, compartilhando momentos de aprendizagens, ouvindo histórias lideranças tradicionais, observando, e consumindo produtos produzidos orgânicos, oriundos da agricultura familiar, e conhecendo seus modos de vida, economia e cultura. Referenciais outros aparecem e são percebidos e reconhecidos pelos acadêmicos.

Cena 04. A ação de extensão do Clube do Livro, realizado desde 2016 e que completou 4 anos de existência, apresenta, a partir da discussão de obras literárias, como uma estratégia de envolvimento com temas contemporâneos através de diversas linguagens dos textos literários, articulando História, Ensino e Criatividade. Como exemplo de experiência, a primeira edição de julho de 2016, iniciou-se com a discussão da fábula política A Revolução dos Bichos, de George Orwell, que suscitou um debate sobre as representações culturais do período da Guerra Fria (1945-1991. A segunda edição, de 2017, dedicada a literatura feminina, trouxe para a discussão linguagens diversas, como o romance Frankestein, de Mary Shelley e Quarto de Despejo, de Carolina de Jesus. A distância espacial, estilística e temporal foi diminuída pela discussão do lugar das Mulheres no universo literário brasileiro, internacional, contemporâneo e do Século XIX. A terceira edição, de 2018, foi dedicada a obra de Roberto Bolaño, no qual o volumoso livro 2666 foi lido e debatido. A discussão versou sobre diversas temáticas apontadas pela obra, contudo, merece destaque “A parte dos crimes”, no qual foi debatida a violência de gênero, o feminicídio e o violento papel do patriarcado em nossos dias. Por fim, a quarta edição de 2019, tematizado na literatura latino-americana, merece destaque o debate de “O país das mulheres”, de Gioconda Belli, no qual a questão de gênero, a política excludente não apenas das mulheres, como também de outros grupos, foram colocados em pauta. Esses breve itinerários apresentados resultaram em discussões de diversos temas, a partir de uma pluralidade de linguagens que, às vezes, fogem dos currículos tradicionais das salas de aula.

Cena 05. Os cursos de História da América ainda estão enviesados por uma leitura Colonial, com divisão entre o passado hispânico e o contemporâneo. O Século XIX, em muitos cursos, mescla-se com o XX. O desafio em ensinar uma História da América Decolonial inicia-se com a bibliografia em língua portuguesa, muitos trabalhos atuais ainda não foram traduzidos, e em desfazer uma leitura folclórica que os passado hispânico ainda resiste, com destaque aos Astecas, Maias e os processos dos sacrifícios. Enfatizar as diferenças dos processos de colonização, das Guerras de Independências, da formação dos Estados Nacionais, das Ditaduras Militares, da redemocratização, dos filmes, músicas e artes, também deve ser levado a cabo para enfatizar e criar uma leitura original e crítica do mundo latino-americano, deixando de lado as interpretações clássicas européias, e optando por uma concepção da América Latina pela América Latina, por uma perspectiva de desconstrução da Colonialidade, como apresentada por Quijano [2010]. A produção de um currículo ousado, atualizado e que baliza leituras e interpretações atuais revelam-se um caminho que pode ser trilhado para fomentar uma renovação nesta disciplina. 

Essas são algumas narrações de experiências pedagógicas desenvolvidas no Curso de História da UFMS/CPNA, que gostaríamos de compartilhar para um início de conversa sobre a potencialidade da decolonialidade nos cursos de formação inicial de professores, em especial a licenciatura em História. Neste momento em que muitos desafios incidem sobre a escola pública, pensarmos como a multiplicidade de identidades que compõem o cenário escolar, reverbere em práticas escolares, trazendo e fazendo mais sentidos, as identidades individuais e coletivas. Uma escola e o ensino de história comprometida com as diferenças étnicas, raciais, de gênero, em suas expressões integrais, na contra mão dos projetos que insistem em formar a partir de um currículo comum.
       
Referências
Rejane Aparecida Rodrigues Candado é docente do curso de licenciatura em História da UFMS/CPNA e vice-líder do grupo de pesquisa do CNPQ Educação Intercultural e Povos Tradicionais, da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).
Fábio da Silva Sousa é docente do curso de licenciatura em História da UFMS/CPNA e do mestrado interdisciplinar de Estudos Culturais da UFMS/Campus de Aquidauana. Membro do grupo de pesquisa do CNPQ Laboratório de Pesquisas e Estudos das Américas – LEPHA, da UFMS/FACH.

Sociólogo, educador e professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.
ARROYO, Miguel G. Currículo, Território em Disputa. Editora Vozes, 5ª Edição, Petrópolis, 2011.

Pedagoga e professora emérita do Departamento de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
CANDAU, Vera Maria Ferrão. Diferenças culturais, interculturalidade e educação em direitos humanos. Educ. Soc.,  Campinas,  v. 33, n. 118, p. 235-250,  Mar.  2012 . Disponível em

Doutor em educação e professor colaborador do Programa em Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
SILVA, Tomaz Tadeu. Documentos de Identidade uma introdução às teorias do currículo. Autêntica. Belo Horizonte, MG- 2007.

Fonoaudiólogo e Pesquisador Principal da Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales-Argentina.
SKLIAR, Carlos Bernardo. A educação e a pergunta pelos Outros: diferença, alteridade, diversidade e os outros “outros”.  Ponto de Vista, Florianópolis,  n.05,  p. 37-49,  2003. Disponível em

Pedagoga e Coordenadora do doutorado Estudios Culturales Latinoamericanos y de la Cátedra de Estudios Afro-Andinos da Universidad Andina Simón Bolívar, sede em Equador.
WALSH, Catherine. Interculturalidad y Colonialidad del Poder. Un pensamiento y posicionamiento “otro” desde la diferencia colonial. In.: CASTRO-GÓMEZ, Santiago & GROSFOGUEL, Ramón. El giro Decolonial, Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007, p. 47-62.
WALSH, Catherine. Notas pedagógicas a partir das brechas decoloniais. In.: CANDAU, Vera Maria (Org.). Interculturalizar, descolonizar, democratizar: uma educação “outra”? 1° ed. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2016, p. 64-75.

34 comentários:

  1. Caros autores, as discussões evidenciadas em seus escritos apontam para a urgência e emergência de pensar em práticas educativas e ajustes curriculares que impactem diretamente na desconstrução de estruturas hegemônicas pautadas na produção de conhecimentos colonizadores. Nessa perspectiva eu gostaria de perguntar se vocês têm discutido, em meio as experiências pedagógicas que relataram, o conceito de alteridade, e se sim, quais obras tem embasado tais problematizações. Gostaria de perguntar ainda se os componentes da grade curricular do curso em que lecionam têm alguma disciplina que trate especificamente da lei 10.639/2003 e da 11.645/2008, visto que ambas são cruciais para pensar em uma educação na perspectiva decolonial. Por fim, e considerando a atual conjuntura de pandemia e as inúmeras polêmicas acerca da EAD, gostaria de saber se já pensaram em estratégias que possam contribuir para que determinados estudantes desprovidos de acesso a computadores, mídias eletrônicas e conexões com a internet possam ser inseridos nesse cenário de cobrança por produtividade em meio à quarentena. Agradeço pela oportunidade de conhecer esse trabalho e os parabenizo pela iniciativa.

    Att: Merylin Ricieli dos Santos

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    1. Cara Merylin obrigada pela possibilidade de diálogo. Para abordar a alteridade na perspectiva dos estudos decoloniais, tenho buscado aproximação teórica com autores do campo dos estudos culturais, articulando os conceitos de alteridade e identidade, com os autores Carlos Skliar e Stuart Hall, e Homi Bhabha. Quanto a Grade Curricular do curso em que trabalhamos há três disciplinas que abordam as legislações citadas, são elas: Educação para Relações Étnico Raciais, História Indígena, História e Cultura Afro Brasileira, sendo todas obrigatórias. Quanto as estratégias das aulas não presenciais, temos pensados em estratégias para garantir acesso a materiais e conteúdos, mas infelizmente muitos estudantes não acessam, e mesmo aqueles que acessam não é possível garantir a equidade.

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  2. Olá professora Rejane e professor Fábio! Posso dizer que me senti contemplado pelas questões levantadas, ao mesmo tempo em que registro a minha alegria em saber que mais vozes encontram-se pensando currículo, ensinar a prender história, e as nossas formações/experiências a partir das intersecções entre gênero, classe e raça. Tenho buscado sempre trazer essas reflexões a minha formação enquanto professor e voz dissidente nesses espaços em que pesamos e articulamos saber e poder. Tenho sempre buscado em sala de aula trazer as contribuições da decolonialidade como gesto outro de leitura, a fim de descolar o centro predominante, branco e europeu, e tenho percebido nos meus/minhas alunos/as, não apenas a aceitação mais também a identificação ao perceberem que as suas experiências também são válidas e solidas para se epistemizar a partir das tais. A minha questão seria mais uma curiosidade: Como vocês percebem por parte dos alunos e colegas profissionais ao proporem esses deslocamentos tão importantes, nos tempos de intolerância como vivemos?
    No demais, só parabeniza-los! Um abraço fraterno!

    Ayrton Matheus da Silva Nascimento.

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    1. Caro Ayrton, compartilho de sua alegria, que bom saber que experiências profícuas estão sendo gestadas na perspectiva da decolonialidade. Quanto as nossas experiências, percebo boa receptividade por parte dos acadêmicos, especialmente porque ao repensar suas trajetórias, identificam se como sujeitos da subalternidade e, politicamente em sua formação se dispõe a desconstruir esses processos, experienciando a produção de práticas outras. No entanto, esse processo é incipiente e descontínuo. Quanto aos colegas, por ser um curso com apenas 07 professores, não há grandes resistências. Abraço.

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  3. Olá prezados autores, gostei muito do texto. Sou professora da Educação Básica e acompanho um grupo de estudo que utiliza como referencial autores como Quijano e Walsh.
    Em minha graduação em Pedagogia aprendi muito pouco sobre o ensino de História, e achei fantástico o destaque que vocês deram a outros momentos e espaços que propiciam reflexões e aprendizagens. Os grupos de estudos e as pesquisas são, dentre outras modalidades de participação estudantil, fundamentais na formação do educador de qualquer área.
    Considerando a BNCC como uma política de currículo que se utiliza da interculturalidade funcional, como nós professores podemos construir nossos currículos(nosso planos anuais e mensais), rompendo com essa dualidade característica da modernidade, uma vez que a BNCC contribui para a mesma, ao abordar o eu e o "outro"? Quais práticas decoloniais devemos ter para evitar essa dualidade no ensino de História, principalmente ao abordar as primeiras civilizações e a "modernidade"?


    Janaina Soares Cecilio dos Santos

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    1. Cara Janaína, grata satisfação em saber que você conhece os autores dos estudos decoloniais. E sim, a Educação é um dos campos que tem se dedicado a pensar a escola, currículo, ensino e aprendizagem na perspectivas decoloniais. Bem, você pondera que a BNCC como uma política que relaciona currículo a interculturalidade funcional. A questão apresentada é central para sairmos de uma educação quantificadora, conteudista e avaliadora, para uma interculturalidade que reconheça as diferenças culturais, étnicas, raciais, sociais e identitárias, e que este reconhecimento se traduza em respeito, acolhida, aprendizagens outras, histórias outras, etc. Dessa forma, inicia-se o rompimento com as dualidades no ensino de história, especialmente fazendo novas questões as antigos documentos, e produções bibliográficas. Neste sentido, será necessário muitos estudos e pesquisas que possibilite vozes invisibilizadas e ocultas possam emergir.

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  6. Como desenvolver um ensino baseado nas relações etnico-raciais se a escola ainda é tão apegada á cultura europeia, haja vista que o livro didático enaltece a figura do herói em detrimento da contribuição histórica dos povos afrodescendentes?

    (Hélido Veras Silva)

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    1. Olá Hélido, tudo bem?
      A sua pergunta já apresenta um caminho para suas inquietações. Somente é possível um ensino etnico-racial, crítico e de qualidade, se deixarmos de lado o Eurocentrismo, cujo desafio é grande, e colocar em evidência a "contribuição histórica dos povos afrodescendentes". Atualmente, já dispomos de análises, estudos e material para que este outro olhar do ensino histórico seja colocado em prática.

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  7. Grata pelas contribuições e referências.
    Nos cursos de formação de professores ainda nos deparamos uma escassez de materiais didáticos que tragam uma possibilidade intercultural, interseccional e decolonial. Como romper com essas lacunas no trabalho de formação de professores?

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    1. Cara Priscila, compartilho de suas considerações, realmente existem pouco materiais didáticos que apresentam uma perspectiva intercultural, ou decolonial, especialmente no seu conjunto. No entanto, existem várias produções que apresentam relatos de experiências e de pesquisas, especialmente nos eventos e congresso das áreas. Uma dica para a formação inicial e continuada de professores, é acessar esses materiais, e a partir dos estudos elaborar projetos de ensino e de produção de materiais didáticos. No caso do ensino de história existem excelentes materiais de apoio em editoras especializadas, como a Mazza, Pachamama, dentre outras, que privilegiam as produções nas temáticas étnico e raciais. Existe nas escolas públicas brasileiras materiais que contribuem para o início dos debates.

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  8. Olá professora Rejane e professor Fábio. Obrigada por esse compartilhamento, gostei muito. Sou professora de História na educação básica e me senti contemplada por essas palavras.

    Meu questionamento refere-se ao caso específico do ensino de História da América. A identificação da colonialidade nesse tocante se torna cada vez maior graças aos estudos e movimentos mencionados. Assim, é urgente a necessidade de construção da educação outra, a partir do olhar decolonial. Pergunto: Pensar em ensino de História da América sob a perspectiva decolonial é sinônimo, necessariamente, de História Indígena?

    abraços!

    Anna Luiza Portugal Pereira Gomes

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    1. Olá Anna Luíza, tudo bem?
      A sua pergunta é pertinente, uma vez que ela apresenta um desafio para o Ensino de História da América. A resposta para sua pergunta é sim e não. Explico: devemos ter um olhar plural para a História da América e, nesse caso, ela pode ser dividida em três fases: A primeira, engloba o povoamento do continente americano, passando pelo processo de conquista, colonização e crise desse sistema. Nessa primeira fase, o olhar decolonial perpassa sim pela História Indígena. Os povos originários (astecas, maias, incas, entre outros) já possuem uma produção bibliografica focada em suas visões. O processo de conquista, no contato com o homem europeu, também já possuí estudos e documentos pela visão dos povos originários, cuja produção intelectual denomina como "visão dos vencidos". O processo de colonização, em uma perspectiva hibrida e mestiça, também pode ser ensinada pelo impacto sofrido pelos grupos étnicos e, a crise do sistema colonial pode ser focado em diversos atores sociais, não apenas na elite crioulla ou branca. Nesse quadro apresentado, a decolonialidade está sim atrelada a um desenvolvimento da História Indígena desde os seus primórdios até o Século XVIII e, a decolonialidade é interessante para apresentar os processos de resistência e negociações que, durante muito tempo, foi neglicenciado pela historiografia. Agora, o não, é que após o Século XIX, com as Guerras de Independência, passando pelas formações dos Estados Nacionais Latinos americanos (fase 2) e, a partir do Século XX (fase 3) com as Revoluções, Populismo, Ditaduras, redemocratização, entre outras temáticas, a decolonialidade não está apenas nos povos originários e outros atores sociais devem estar presentes nessas análises, como a população negra, as mulheres, os camponeses, os homossexuais, artistas, entre outros grupos subalternos que sempre tiveram um papel preponderante no desenvolvimento da História da América. Reforço que mesmo com essa pluralidade apresentada, a História Indígena está presente pois ela é essencial para a formação da América até os dias atuais.

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    2. Esclarecedor.
      Muito obrigada, professor!
      Sua contribuição é grande valia para minha prática docente da educação básica. Se puder compartilhar referências de narrativas da conquista em perspectiva decolonial, desde já agradeço.

      abraços fraternos!

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  9. Rodrigo da Conceição Reis Telles18 de maio de 2020 às 22:56

    Agradeço e parabenizo tal abordagem em encontro eletrônico e a possibilidade de elucidar dúvidas . Pois bem , em relação as leis citadas há abertura em estrutura educacional para inserção de livros e ou outras linguagens paradidáticos que tragam a tona os sujeitos históricos relacionados? Sinto que ocorre uma hierarquização que coloca os fatos e as formas de narrativas correlatas na prateleira das micro histórias e as tratam como algo dispensável.

    Ass: Rodrigo da Conceição Reis Telles

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    1. Caro Rodrigo. Bem, você faz referências a "leis citadas", interpretei como as políticas e práticas decoloniais, certo? se for essa a questão, existe abertura na estrutura educacional através dos currículos obrigatórios, a exemplo das leis lei 10.639/2003 e da 11.645/2008, que estabelecem a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro brasileira e indígenas nos currículos da educação básica. Portanto são temáticas fundamentais para pensar em uma educação na perspectiva decolonial, no entanto, só é possível através de espaços de diálogos interculturais e produções de um saber outro.

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  10. Prezada Rejane e Fábio,

    Importante alerta para narrativas outras que a formação de professores deve conter e multiplicar, especialmente o combate a colonialidade. Minha pergunta dialoga com uma possível expansão do debate promovido pelo texto, que seria a construção ou estabelecimento desse(s) Currículo(s) Outro(s), nas instâncias de gerência de educação e quais seriam os desafios e perspectivas desse movimento? Percebo que a construção de currículos comuns (exemplo, PCN's e BNCC) na esfera federal tem suas contradições por unificar conteúdos e temas, em detrimento da busca dos profissionais da educação de focalizar a atenção aos temas de cada localidade do Brasil. Entendo como importante oficializar políticas nesse sentido para que podemos ir além do currículo real amparado em projetos e iniciativas de cada universidade; e não dependermos só dessas inciativas, galgando até maiores recursos. Enfim, acredito na importância e urgência da estruturação de sequências didáticas pelos sujeitos imediatos do processo de ensino, porém também me preocupo com a necessidade de disputa nas instituições de gerência educacional (em todas as esferas do poder público), em defesa de currículo para a diversidade e decolonialidade.

    Cordialmente,
    Luiz Vinícius Maciel Silva.

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    1. Caro Luiz, muito pertinente suas ponderações e questionamentos. Temos que nos atentar para construção teórica do grupo modernidade colonialidade, dos estudos culturais e pós coloniais no Brasil na América Latina é recente, neste sentido, a presença nas universidades, resultam em pesquisas, eventos, publicações, e na relação com a educação, e história. Tem conquistado espaço nas temáticas de gênero, étnicas raciais, educação escolar indígena, etc. As legislações educacionais como as leis n. 10.639/2003 e da 11.645/2008, por exemplo podem ser uma entrada para pensar o ensino de história na perspectiva decolonial, e ambas estão contempladas na BNCC, no entanto, as orientações teóricas e metodológicas está relacionada a formação inicial e continuada dos professores.

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  11. Obrigada por compartilharem os seus conhecimentos conosco, Rejane e Fábio. Durante a leitura, me veio algumas reflexões: essa interculturalidade, na formação de historiadores, seria fruto da necessidade de se construir uma História acolhedora, não só a tradicional? Pois com a presença desse grupo misto, formado de minoria social, segundo a estrutura patriarcal existente, são abertos caminhos e dado a voz para se debater assuntos adormecidos pela visão eurocentrada presente no ensino. Seria uma comprovação de uma história em aberto? Uma história que daria voz aos que por tanto tempo foram silenciados? Seria uma busca de identidade e representatividade por parte dos ingressantes?

    Desde já, grata pela atenção.

    Leitora: Karoline Pinheiro da Silva

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    1. Obrigada por suas considerações e questões, assim podemos dialogar. Muito interessante pensarmos em uma história Intercultural como uma história acolhedora, como você sugere. Pensar em uma Interculturalidade na História e no ensino, garantiria um deslocamento epistemológico do currículo eurocentrado, pois a interculturalidade crítica pressupõe o respeito as diferenças, o reconhecimento de outras epistemes, histórias, as alteridades, identidades, modos de vida. Ver Fidel Tubino(2005), Candau(2009).

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  12. Gostaria de parabenizar xs autorxs do texto, e saber como voces pensam que poderia ser ensinado no ensino fundamental temas como a História Antiga, sob esta perpectiva?
    Desde já agradeço a atenção,
    Ateciosamente,
    Avelino Gambim Júnior

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    1. Olá Avelino, Agradecemos sua participação. Os estudos decoloniais perpassam por diversos campo do conhecimento e resultam do esforço dos professores e pesquisadores em promover articulações teóricas e metodológicas em suas pesquisas e em suas práticas pedagógicas. Como neste evento, tem uma mesa com a temática Ensino de História Antiga, indicamos participação no GT "Ensino de História Antiga coordenado pelos professores Dr. Carlos Eduardo Campos e Dr. Airan Borges. link: https://simpohis2020antiga.blogspot.com/

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  13. Muito bom o texto, pois não basta apenas se seguir um currículo que sem levar em consideração as diferenças que tornam únicos os discentes. Em relação a trabalhar o ensino de história decolonial existe ainda resistência dos gestores nas unidades escolares?
    Francisco Pereira Dos Santos Júnior

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    1. Obrigada pela oportunidade de diálogo. A questão trazida por você me permite expor alguns relatos de experiência. Bem, de uma forma geral temos reconhecer que os estudos decoloniais ainda é recente no Brasil, e nos currículos dos cursos de formação de professores. Por isso, nos últimos anos tem chegado as escolas da educação básica, muitas vezes trazidos pelos professores que trabalham as questões étnico, raciais, gênero, minorias, etc. Muitos gestores acolhem estas propostas, pelo convencimento a partir das práticas, ou formação continuada que ocorre nas escolas. A ausência da formação continuada é um dos grandes empecilhos para a resistências dos gestores.

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  14. A importância de se fazer história partindo de onde se está é essencial para a construção de um novo currículo que põem em cheque a identidade e conhecimento sobre determinados assuntos, como meus professores no curso de história da Ufpa sempre nos orientam a estudar sobre local de onde somos, ou seja, estudar a Amazônia e a partir dela traçar estratégias para compor o Nacional e internacional. É imprescindível que haja esse novo pensamento de buscar através de estudos locais uma relação com a realidade dos alunos e assim aproxima-los do estudo histórico de uma forma com a qual eles se reconheçam como sujeitos históricos que são.
    Quais seriam os caminhos que docentes da rede básica do ensino podem traçar para aproximar o aluno e a comunidade escolar de assuntos que não se encaixam nos livros didáticos?
    Uma boa opção que um professor indicou para minha turma seria a elaboração de um material próprio que por esse trazer para dentro da sala de aula devido a carência que existe em diversos assuntos principalmente quando falamos em questões de gênero, povos indígenas, africanidade. Mas sabemos que é complicado para um professor ter uma disponibilidade de trabalhar dessa forma, então gostaria de saber se nesse caminho pelo qual os autores colocaram no texto foi pensado para educação básica, no sentido também de aproximar a Universidade do seu entorno.

    Angela Ferreira Ribeiro

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    1. Olá Angela, obrigada por suas considerações e seu questionamento e pelo relato de experiência. Muito bom saber que seus professores na UFPA tem essa opção metodológica, partindo da história e realidade local, no caso História da Amazônia para ampliar para outras áreas do currículo. Neste sentido, a partir de de sua percepção sobre as dificuldades dos professores da educação básica trabalhar com temas contemporâneos reconhecidos nos currículos escolares, pois precisariam elaborar materiais didáticos, e outras estratégias metodológicas. Faço a seguinte reflexão: pensar na construção de práticas pedagógicas decoloniais requer uma postura crítica frente aos currículos eurocentrados, para tanto, é necessário (re)pensar a formação inicial e continuada dos professores para compreender as relações conduzidas no processo de construção da modernidade e experiênciar formas outras de descolonizar os currículos e as práticas pedagógicas, e esse processo só possível com estudo e muitas reflexões.

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  15. Parabéns pelo texto. Encaminho uma questão aos autores: como pode ser pensada a relação analítica entre o conceito de necropolítica quando se entende que há sim políticas de morte em curso, tão arraigada nas colonialidades e uma educação decolonial efetiva e não funcional como crítica Walsh. Obrigado.

    Dhiogo Rezende Gomes

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    1. Obrigada pela leitura e contribuição você já aponta uma aproximação analítica entre o conceito de necropolítica como políticas antivida, são repletas de colonialidade do ser, do poder, e do saber, traduzidas em controle sobre corpos, e mentes das populações subalternizadas. Vejo como um desses exemplos a decisão de impor aulas não presenciais, sem considerar as diferentes realidades de acesso, de condições socais, culturais, dentre outras. Seria uma interculturalidade funcional(Walsh), no discurso possibilito acesso a todos, na prática desconsidero os processos e as aprendizagens.

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  16. ENOS ANDRÉ DE FARIAS21 de maio de 2020 às 20:05

    Professores, primeiro parabéns pelo debate e por trazer esse debate para dentro do SIMPOHIS.

    Segundo, a construção ideológica da interculturalidade no seio da formação dos professores nesses tempos de difíceis debates tem sido palco de muitos enfrentamentos. Nisso, gostaria de ouvi-los sobre essa temática dos enfrentamentos em sala de aula e como nossos professores estão se preparando.

    Gratos

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  17. Prezado Enos, realmente a introdução da interculturalidade nos currículos está intimamente ligada a formação de professores, consequentemente do conceito precisa estar contemplado nos currículos tanto da formação inicial, quanto na formação continuada que acontece nas escolas, ou em programas de pós graduação. A partir de minhas experiências na formação inicial, percebo que a temática é bem recebida pelo acadêmicos, temos desenvolvidos projetos interessantes, mas os tensionamentos teóricos estão presentes, pois o currículo e a estrutura do curso é eurocêntrico.

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