POR UM ENSINO DE HISTÓRIA,
CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA NO BRASIL: TRAJETÓRIAS
“Assistimos, durante o século XX, à
multiplicação dos estudos sobre o negro no Brasil, quase todos, porém, se lhe
acompanhar o passado africano. A África parecia mais que esquecida, ignorada.
Embora durante a descolonização do continente se tenha reacendido o interesse
brasileiro pela África, o descaso por sua história persistiu até ontem, ou
anteontem. Ao começar a ser corrigido o pecado, não nos demoramos, no entanto,
em reconhecer que muito do que se passava num lado do atlântico afetava a outra
margem. Nos convencemos de que o Brasil também começa na África, e a África se
prolonga no Brasil”. [Rocha e Barbosa, 2013, p. 7]
Qual a relevância do ensino da cultura e da
história dos africanos e afro-brasileiros nas escolas? Para chegarmos a uma
possível resposta, precisamos compreender a trajetória do ensino de forma
decrescente. De fora para dentro. A partir do percurso e dos percalços
enfrentados para produção do conhecimento dos africanos e negros no Brasil,
busco demonstrar quais foram os obstáculos para a consciência de uma História
Negra, o espaço nas academias para produzi-lo e dos personagens que
contribuíram de forma decisiva para a causa.
Citando Henrique Cunha Junior, Luiz Fernandes
de Oliveira afirma: “a ausência da formação e informação sobre a História
Africana resulta numa raquítica visão da História do Brasil” [Oliveira, 2012,
p. 6]. Em outras palavras, não é possível aprender ou ensinar a História do
Brasil se negarmos a participação ativa e preponderante do negro e do índio,
pois, se negarmos a eles seus lugares, estaremos negando a nossa própria
história. Ainda em seu texto, é destacada a riqueza documental e arqueológica
que tem sido divulgada por estudiosos como Sertima [1985], que registrou a
presença africana na Europa Antiga, e Bernal [1987], que registrou a existência
de raízes africanas e asiáticas na civilização greco-romana, comprovando sua
presença e preponderância nas civilizações clássicas.
O século XIX, importante para a formação do
pensamento e para a admissão da História como disciplina, foi perpassado por
considerações pré-concebidas da África e de seus habitantes. A partir dessas
preconcepções, foram apontados “resultados comprobatórios” da inferioridade
negra [durante e pós-escravização]. Situando o europeu no topo da pirâmide
civilizacional, a História serviu de justificativa para a dominação colonial. O
alemão Friedrich Hegel, um dos mais influentes filósofos que já existiu,
teorizou sobre a inferioridade africana, consolidada pela compreensão desta
como um lugar de selvageria e barbárie. Ele influenciou as abordagens e
tratamentos posteriores dispensados aos estudos africanos.
O darwinismo social [1870] e a eugenia [1883]
foram teorias preconceituosas, viabilizadoras de preconceitos e propiciadoras
da tomada dos territórios africanos pelos impérios coloniais [sendo as
principais potências Inglaterra, França, Bélgica e Portugal].
No século XIX, no
Brasil, durante o Segundo Reinado, D. Pedro II, como aponta o professor André
Santos Luigi, de modo a justificar o surgimento do novo país para Portugal,
propõe a tecitura da História da Nação através de um concurso de monografias
organizado pelo Instituto Histórico-Geográfico Brasileiro [IHGB], sob o tema
“Como se deve escrever a história do Brasil?”. Philipp Von Martius [Martius,
1845], o ganhador, escreveu uma História do Brasil que não se dissociava de
Portugal, falando sobre a recém criada população brasileira, que ela “nada mais
era do que a agência dos descendentes lusitanos conduzindo negros e índios para
a civilização” [Luigi, 2016, p.14]. Ainda sob essa perspectiva dos brancos
conduzindo negros e índios, é possível perceber as relações apresentadas na
literatura, como em Sítio do Pica-Pau Amarelo [1920], de Monteiro Lobato. Nele,
o fantástico, o lúdico e pitoresco são marcas dos negros representados.
O Brasil do século XX, apesar das mudanças
colossais provocadas pela Revolução de 1930, que encerrou com a República
Oligárquica, transformando as vigentes estruturas de poder, ainda assim, não
era o “Brasil ideal”, no que diz respeito ao tratamento dispensado aos negros e
aos estudos da temática africana e afro-brasileira. Correntes como a da
miscigenação, reforçadas em obras como Casa Grande & Senzala [Freyre,
2003], ganharam campo no ideal de construção de uma nação coesa e unânime, na
recente identidade nacional, idealizada por Getúlio Vargas. Freyre não via na
escravidão brasileira a violência marcada por outras escravizações, como a
americana, mas uma escravidão abrandada pela conquista de uma “harmonia” possibilitada
pela benevolência dos senhores europeus, que “se permitiram” misturar a negras
e índias e ter filhos distintos dos outros escravos [distintos também dos
demais brancos]. Isso resultaria na sociedade brasileira, que de acordo com
essa perspectiva, seria uma grande família patriarcal, isenta de racismo e
miscigenada. Apesar das críticas a Gilberto Freyre, Luiz Fernandes percebe uma
mudança no pensamento social brasileiro vigente evidenciado pela substituição
do conceito de “raça” por “cultura”.
As décadas de 1930 a 1945 foram de grande
efervescência política no Brasil. Um dos movimentos correntes, a Frente Negra
Brasileira, tratada por Marcela Moraes Gomes [Gomes, 2017] como outro caminho
possível para além da ANL e da AIB para se estudar o período, foi criada em
1931. Tinha como proposta a causa nacional, em paralelo, à luta racial. “A FNB
revelava os conflitos raciais no momento de substituição das teorias de
branqueamento e do racismo científico, sobretudo pelo mito da democracia racial
no contexto” [Gomes, 2017, p. 4]. Getúlio Vargas, com uma política voltada para
os trabalhadores em conjunto com o ideal de nação, “inventou” [O termo não se
aplica a capacidade inventiva, mas a construção de algo novo que objetiva ser
tido como tradicional- Hobsbawm, 2008]- o “ser brasileiro”, criando a “cultura
popular” da nação. A FNB [1931-1936], apesar de não ser um partido de oposição
a Vargas, era composta, majoritariamente, por intelectuais negros e, como
recurso para garantir representação, propunha a candidatura dos mesmos para
cargos políticos. Apesar de não ter inaugurado o Movimento Negro, a ampliação
da educação como luta pela eliminação do preconceito racial e da integração do
negro na vida nacional estavam em pauta. Como demonstra Gomes [2017, p. 1], a
“oferta de educação pela alfabetização e pelo ensino para jovens e adultos e
também das reivindicações pela representatividade política”.
Apesar das possibilidades criadas pelo
movimento, ainda havia impedimentos para o reconhecimento e ensino da temática
africana e afro-brasileira. Esses obstáculos comprovaram-se persistentes por
meio do pensamento hegeliano, expresso na fala do professor de História Moderna
[em Oxford] Hugh Trevor-Roper, na primeira metade da década de 1960. Ele
afirma:
“os universitários, seduzidos, como sempre,
pelo ar progressista da moda jornalística, reclamam o ensino da história da
África Negra. No futuro, talvez exista alguma história africana para ensinar.
No presente, não há nenhuma, ou há muito pouca: apenas a história dos europeus
em África. O resto é escuridão profunda. [E, arrematando, observou:] foram as
técnicas europeias, os exemplos europeus, as ideias europeias que libertaram o
mundo não europeu do seu passado – da barbárie em África; de uma civilização
muito mais velha, mais atrasada e mais majestosa, na Ásia; e a história do
mundo, nos últimos cinco séculos, enquanto significativa, foi a história da
Europa”. [Trevor-Roper, 1966 apud Gonçalves, 2014, p. 9]
De acordo com José Henrique Rollo Gonçalves
[2014, p. 86], é em 1965 que o também professor Johildo Lopes de Athayde,
docente da Universidade Federal da Bahia [UFBA], leciona pela primeira vez
África negra pré-colonial. Um grande feito, se pensarmos que abordagens
semelhantes nos livros didáticos brasileiros só aconteceram a partir de 1990
[Oliva, 2005]. O professor denunciava
com veemência os que alegavam que a luta anticolonialista africana era
orientada por interesses externos. Para eles, eram absurdas “reivindicações de
autenticidade, de respeito, de autonomia, por parte de uma África Negra vazia
de passado” [Gonçalves, 2014, p. 57].
Nessa perspectiva racista, a África era “indiferente às coisas da
civilização e condenada, pelo seu primitivismo, a se arrastar de pés cortados
pelos caminhos da História” [idem, ibidem].
Felipe e Teruya [2010, p. 251] citam Nadai,
que afirmava que, ao final do século XX [década de 1970], foram revistos os
conceitos de democracia racial e de cidadania. O Movimento Negro Unificado
[MNU] era uma das vozes a questionar o mito de democracia racial. O MNU teve
como proposta a denúncia do racismo, além da construção de uma identidade
positiva do negro. Gonçalves [2014, p. 85] afirma que Abdias do Nascimento
propunha uma revisão do currículo escolar na década de 1980. Para Abdias, o negro
estava subrrepresentado no currículo, quando representado. Assim, os jovens
negros que frequentavam o espaço escolar sofriam de baixa autoestima, devido à
exposição a esta subrrepresentação. Décio Freitas, historiador gaúcho que
constatava não só a ausência do negro no currículo, mas também a falta de
conhecimento da temática africana entre os intelectuais, também é mencionado
por Gonçalves [2014]. Reivindicações como essas ecoaram anos depois e obtiveram
resultados parciais nas décadas de 1980/1990, que ficaram conhecidas como o
período em que se deram os debates em torno de qual conteúdo ensinar e como
fazê-lo. O “embranquecimento cultural” – presença marcante e absoluta da
perspectiva eurocêntrica da História, em detrimento da de outros continentes – não
era mais aceitável. O Revisionismo não foi a única marca dessas décadas
[1980/1990], mas a abertura histórica à inserção de novos grupos a sujeitos
históricos: como crianças e mulheres, entre outros. O centenário da Lei Áurea
[1988], mais que comemorações, suscitou debates acerca do lugar do negro na
história pregressa e atual.
Em 1988, o sancionamento da Carta Magna [a
Constituição Federal] reforçava a ideia do que era racismo [art. 4o, parágrafo
VIII] e, consequentemente, reconhecia sua existência [art. 5o, parágrafo XLII],
sendo passível de punição, inafiançável e imprescritível. Em 1990, é sancionada
a primeira lei municipal de obrigatoriedade do ensino de História da África: A
Lei Orgânica do Município de Belo Horizonte/MG. Ela assegurava “o acesso de
todos à cidadania plena e a convivência em uma sociedade fraterna, pluralista e
sem preconceitos”. Nela constava:
“§ 2.º O Município protegerá as manifestações
das culturas populares e dos grupos étnicos participantes do processo
civilizatório nacional e promoverá, nas escolas municipais, a educação sobre a
história local e a dos povos indígenas e de origem africana”.
Mais:
“VI - A inclusão de conteúdo programático
sobre a história da África e da cultura afro-brasileira no currículo das
escolas públicas municipais”. [Belo Horizonte, 1990]
Transformações como essas, entre outras
iniciativas, foram resultados de processos anteriores e responsáveis pela
mudança na forma de abordar a temática africana e afro-brasileira nos livros
didáticos. Sobre os livros didáticos, o professor Anderson Ribeiro Oliva [2005]
alega que antes da década de 1990 o espaço dado aos assuntos relacionados ao
ensino de História da África e dos afro-brasileiros era mínimo. Quando o espaço
era dado para a temática africana e dos negros no Brasil, o conteúdo da
abordagem estava relacionado aos contatos com europeus, como se a história do
continente, para existir, dependesse de legitimação europeia. Sobre a
“legitimação europeia”, é interessante pensar no proposto por Henrique Cunha
Júnior [Soares, 2016, p. 8] como elemento básico para introduzir a temática
africana de forma desconstruída na atualidade. Ele enumera os cinco pontos
importantes a serem desconstruídos na imaginação dos brasileiros sobre a
África. São eles:
1] A África não é uma selva tropical;
2] A África não é mais distante que os outros
continentes;
3] As populações africanas não são isoladas e
perdidas na selva;
4] O europeu não chegou um dia na África
trazendo civilização; e
5] A África tem história e também tinha
escrita [Soares, 2016, p.8].
Parte das transformações nos livros
didáticos, como indicado por Oliva [2005], estava relacionada à aprovação dos
Parâmetros Curriculares Nacionais [PCNs]. Em 1997, são consolidados, em dez
volumes, os PCNs para o Ensino Fundamental, do 1.º ao 5.º ano, apontados como
referenciais de qualidade para a educação brasileira, elaborados para auxiliar
as equipes escolares na execução de seus trabalhos, sobretudo no
desenvolvimento do currículo. Em 2000, é lançado o PCN para o Ensino Médio.
Apesar das transformações que provocaram nas produções didáticas – uma vez que
as editoras precisaram adequar sua produção aos parâmetros, para ter seus
livros comprados –, os PCNs funcionavam [e funcionam] como sugestão para
abordagem de respectivos temas. Em 2003, é sancionada a Lei 10.639/03 - que
altera a Lei 9.394 [LDB], no tocante a temática Africana e afro-brasileira,
tornando o Ensino de História e Cultura da África e afro-brasileira
obrigatório.
A Lei 10.639/03, de acordo com Anderson
Ribeiro Oliva [em sua tese de doutorado], rompeu com a superficialidade da
forma como eram tratados os assuntos africanos, até então. “Sintética e direta”
[Oliva, 2005, p. 208], a Lei não especificava nem regulamentava o ensino da
temática africana e afro-brasileira, o que ficaria a cargo do Conselho Nacional
da Educação [CNE]. Foi o que aconteceu em 2003/2004, quando o Conselho Pleno do
Conselho Nacional de Educação, ligado ao MEC [Ministério da Educação], aprovou
o parecer das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações
Étnico-Raciais para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana,
da conselheira Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva. O parecer se tornou
resolução meses depois. Anderson Ribeiro Oliva explica que o sancionamento e a
normatização do parecer vieram em outubro de 2004, numa publicação conjunta do
Ministério da Educação e com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial [Seppir]. Dez anos depois, no dia 25 de junho de 2014, a Lei n.º 13.005,
que regulamenta o Plano Nacional de Educação [PNE], com vigência de 10 anos, é
promulgada, possuindo 20 metas que objetivavam a melhoria da qualidade da
Educação Básica, entre elas, quatro que tratavam da Base Nacional Comum
Curricular [BNCC]. No ano seguinte, em 16 de setembro de 2015, é
disponibilizada a 1.ª versão da BNCC.
Após percorrermos a
trajetória dos debates que levaram ao ensino de História e Cultura africana e
negra no Brasil, pudemos confirmar o que afirmou Daffine Natalina Reck: “na
medida em que as sociedades e os indivíduos se interrogam sobre sua condição,
se abre a possibilidade para uma significativa alteração, quanto ao modo de
apreender e de interpretar o presente e, por extensão, também o passado” (2013,
p. 408). A luta articulada por grupos políticos como a Frente Negra Brasileira
e o Movimento Negro Unificado contra o racismo e a favor da inserção social do
negro foi decisiva para a possibilidade de mudanças. Além desses grupos,
indivíduos como Abdias do Nascimento e Johildo Lopes de Athayde, que defenderam
o ensino da história da África pré-colonial, cooperaram para o surgimento de
políticas públicas em prol da inclusão da temática africana e do negro na
educação brasileira.
Novas concepções sobre o país e a educação
são manifestadas na Constituição Federal de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases
de 1996 e na Lei nº 10.639 de 2003. Os Parâmetros Curriculares Nacionais e a
BNCC foram resultados dessas novas concepções, ressignificando a apreensão do
presente e consequentemente do passado. Ainda assim, a normatização do ensino
na BNCC levanta outras discussões: Como são representados os afro-brasileiros e
os africanos no documento? Quanto espaço e como lhes é dado?
Referências
Jéssica Couto, cursando especialização em
Ensino de Histórias e Culturas Africanas e Afro-Brasileiras -IFRJ.
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Primeiramente gostaria de parabenizá-la pelo texto.
ResponderExcluirSendo assim, como essa realidade pode ser mudada se muitas vezes os profissionais da educação básica não recebem um preparo adequado em seu período de graduação?
A maioria dos livros didáticos tratam nenhum ou pouco assunto sobre a História da África em sala de aula, mesmo com a existência da Lei 10.639/03, que torna o ensino da História da África obrigatório. Dessa forma, como os profissionais da Rede Básica de Ensino daria maior ênfase para o ensino da História da África, se existem poucos ou quase nenhum projeto de qualificação desses professores/as para tratar da temática?
Jailton Santos Silva
Parabéns por ter escrito um texto maravilhoso!!!
ResponderExcluirAbordou corretamente sobre a situação como muitos pensavam a respeito da África, como se tivesse sido um país descoberto. Na verdade, foi um país explorado e escravizado por europeus, que não queriam reconhecer seus habitantes, como seres de valor.
Quando foi colocada em pauta como uma disciplina, percebemos como alguns alunos não tinham o devido conhecimento sobre esses povos, que possuem uma tradição cultural de grande valor .
Valéria Cristina da Silva - Graduanda no curso de História - UERN
Primeiramente, gostaria de parabenizar pela rica produção historiografica, sobre o estudo e ensino da cultura africana e afro-brasileira no Brasil. Segundo, a título de curiosidade, para além dos parâmetros curriculares, a constituição federal e a BNCC, qual outro meio que o profissional de história, pode utilizar como guia para adequar suas aulas, fazendo contextualização com a realidade dos alunos e com a história dos povos africanos, com o intuito de quebrar e romper com os paradigmas existentes até hoje?
ResponderExcluirBoa noite. O texto aborda de forma breve e elucidativa à trajetória dos negros no Brasil desde o século XVI até os dias atuais, enfatizando a importância da historiografia brasileira e, da educação contemporânea em reconstruir a história e cultura da África e dos afrodescendentes no país, antes narrada pelo o olhar ocidental e, pelas elites brasileiras de maneira marginalizada. Nesse sentido, você acredita que as produções nas ciências humanas a respeito das associações, entidades e movimentos como a FBN (Frente Negra Brasileira) CCP (Centro Cívico Palmares), periódicos e, do MNU (Movimento Negro Unificado) como temáticas transversais no ensino de história reforçariam a valorização da história e cultura da África e dos afrodescendentes na busca por ações afirmativas?
ResponderExcluirBoa tarde Jéssica couto ,quero te parabenizar pelo texto escrito e dizer que fiquei muito impressionada com sua pesquisa .minha pergunta se refere ao sec.XXI como poderia hoje ser modificada dentro dos espaços escolares o racismo e a falta de esclarecimento do assunto. destacando a historia cultural da africa no Brasil.
ResponderExcluirMichele almeida machado passos
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ResponderExcluirAntes de mais nada, gostaria de parabeniza-lá pelo excelente texto, como colega de universidade, fico muito feliz de observar sua evolução neste tema de bastante relevância, principalmente em nossa realidade.
ResponderExcluirA minha questão é: Mesmo que tenhamos obtido uma vitória em relação a inserção dos estudos africanos (nas universidades e escola), e inegável o fato de que ainda existem lacunas a serem preenchidas, não por falta de material de pesquisa, mais sim por falta de uma maior engajamento a favor dessa maior inclusão. Em sua percepção, em algum dia, alcançaremos um "ápice", ou seja, a devida atenção e destaque que a história da África merece, tanto no âmbito universitário, como no escolar?
Thaís Correa Da Silva